quarta-feira, 19 de agosto de 2015

As duas espadas(Pra Liv Lagerblad. E pro Hugo Stutz. E pro Guilherme Gonçalves)

Manhã seis horas. Cafofo
dos jacarés. Cama larga, nudez Inútil(ombro
Nenhum).

Pra mode hoje
desjejuário do sátiro:
parco binômio,
banana-prata e maçã_____

"Então lhe disseram: Senhor, eis aqui
duas espadas. Respondeu-lhes:
basta."

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Cinco brincolências de zabaretês no início das águas de março(Pro querido Luis Turiba. Pro Augusto Meneghin em seu aniversário)


Como se Ofélia masgaraiada
dentro de sete cântaros  -
cubista, subdividida  -
sonhei vertigens Carônteas
num campo de açucenas retintas
em mais vespeiros Cabrúcios.

Ainda assim fez Sol na cidade, o carnaval brincalhava
debaixo dos suvacos da Estátua:
anjinhos Murílios formavam pares
junto com as nêgas do Chico, o turumbamba
foi soproréu de trombones enquanto losangos verdes
eram vistos nos degraus do espaço____

e me esqueci das centopéias gigantes
que me assombravam as janelas do crânio,
deixei Ofélia nos cântaros, não sem antes lembrar
que aos mortos cabe sepultar seus mortos
segundo palavra dos braços-Árvores
do Cristo Ressuscitado____

hei de brincar de Horizontes
pra destrancar as Infâncias que os homens cismam em Descadeirar,
depois os mesmos anjos embrulharão meus cento e dez olhos e ouvidos
em linho fino da Pérsia, desmontarei meu fagote
e mais retrós bricabráquios:

esquecerei que um dia existiram tons de Vermelho
e serei mais um folião, liberto enfim

do Cálice da matéria.

Rapsódia(Para Sarah Valle)

Esta noite eu te encontro nas solidões de coral
onde a força da vida nos trouxe pela mão.
No mais alto dos montes
uma dançarina se desfolha. Os sonhos de tua infância
são cantados por dezesseis sereias.
Há no fundo dos mares uma grande borboleta amazônica
que nasceu para te servir.

E te apresento o espelho das águas
embrulhado em sedas antigas. Nele escribas fenícios
me mostram teus olhos de Jade em brilherescências
de pianos pelas campinas,
debaixo das árvores do céu_____

Vejo mundos Infindos nos horizontes
desse teu rosto Mágico, portais abertos
onde arco-íris de mais promessas viventes
se apenas tu me Sorris.

sábado, 15 de agosto de 2015

Alguma memória, de um tabaréu não-'Tabirano(Para Sarah Valle)

Nasci no Méier, lado de lá
dos gadanhos do trem.
Lundus cortaram as árvores azuis do céu
em cem possíveis caminhos,
dançados por anjos músicos
banzando orquestra de ocarinas.

Enquanto isso o Renato
(inda era Manfredini no planalto central)
ganhava perna biônica, graças
a três pinos mágicos.

O povo todo chorava por um presidente
que não era mais peixe Vivo. Brasília
ficara Órfã, pra Sempre.
O general do momento
(que andava lá pintando ebós e o diabo)
era alemão até a raiz da medula______

e o regime era de pôr inveja
em tudo quanto era Houdini  -
peagadê nos sumiços
dos meus irmãos zés-Cabruncos  -
lá nos gramachos do norte
o tio sam adoraaaaava______

chafurdarava de gozo,
rebolando as ancas
e o cu.

sábado, 8 de agosto de 2015

Valsinha pra Tu(Para a Ninfaniversariante, Sarah Valle)

Tu, moça: possuis um delicado veludo
nesses teus olhos que falam sânscrito de tez mais Antiga,
nebulosas longínquas  a bocejar planetúrios
onde eternamente é Verão____

como se sóis nadassem todos na languescência
que vejo nos alcantis e declives que desabrocham quando Sorris:
céu claro, firmamento dos pássaros

tão mais flautins brincalhões
por entre as árvores azuis do céu, e cá embaixo nas matas,
nos cerros e estradas e rincões de tropa onde passaram em Fuga
os ouros de Vila Rica  -  de dentro das veias cavas
de nosso grande País______

vão dez mães d'água invejosas
de eu preferir-Te mil vezes
em mil possíveis  Surgências.