segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Os Doze Profetas(À memória de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Pro Marcelo Reis de Mello)

Ando magarras com pés Enormes,
varejo longe a coberta, que pára à custo
no ombro dos alambrados,
e deste lado num ângulo de 30* aproximadamente 
eu vejo a sentinela com a metranca de dentes 
arreganhados______ próxima parada 

o décimo-primeiro andar onde tonéis
brotam nos galhos dos jiquitirãs,

e nos meus pesadelos eu desespero por não saber
se esses tonéis têm Alma,
não me importando as cramúncias
que tragam Escondidas no peito:

eu também olhos que se fecham na chuva,
eu também ábacos tetraplegísteros
do vão-pescoço pra Baixo, eu também musgo
agorafóbico por ser abóbora-Choque,
eu também nau
com todas as velas pandas e os portorões
vestidos de crepúsculos-Ferro_________

eu que jaramais pus Frereios
em nossa exuberância tropical 
fui despejado da pensão lendária em Jacarepaguá
por insistir em ser goleiro 
do time da rua de Cima,

e trezidões de fulôs não me Valeram 
porque também não pari girassóis
prêsse Brasil carente de acordes_________

o lance é que o retrato do Velho
não cabe mais na panela,
e as porta-bandeiras todas pediram cidreira
e Arrêgo, desesperadas com o balancete:

os vagalhões dele Crepusculário
descem descalços Ladeiras
na taça do Sétimo Anjo.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Modinha, para xilofone de brinquedo

Pois é. Te disse hoje 
que elefantes e girafácias e pianos cavalgarantes
caminhariam na pauta dos primeiros versos
que te escrevesse, Querida, morena, mulher e
Musa_________

mas na Real
quero é plantar uns Jardins
que te façam crer que as noites profundas,
estreladíssimas, me grão-Prenderam
quando Acordei pros teus olhos, porto
de Infinitências...

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Fraturismúndum(Pra... Mim)

Linha mestra: face Nóruga,
tombo manifesto em carne
às primas horas, dia 13, qualquer 
Merês:

desci de Mim, como dissera o cara
lá no hotel Nice em 26/04/1916, a estricnina fungalojando-Se
nos cangorotes da Alma________ (O) -

caso,
par de ninguém,  formigorontes Riem,
me sobem as coxas até os bordalos
do sótão,  e não há Céu, nenhum
som de flautério que alevante as saias 
do cruzeiro do sul, e mais_________

visões de ossanha, mães Oxum chorarando
disgraça, tarde cai pelos morréus
e quebra as cinco primeiras vértebras, 
mas São Francisco nem larga a paca
nem primíte que você morra de Novo
este mês - Caronte mandou reclame, as barcas
num tão dando Vazão - linha mestra

da vó Murtiça, pés -Novelos
em Truz e quintessências de unhas
'rranhando quadruros negros Inté_________

sanhaço à mais penalvas de Ferro,
mundacarús, Paruís.

domingo, 6 de novembro de 2016

Ofício de Trevas, n. 1(Parceria com Luciana Moraes)

Matar lagartas colororidas na chuvarôa
e depois ter aflição de si-Mesmo:
até nerém carecia
haver poema na mesa, mas vire à direita em cem metros 
quando a avenida acabar de assoar o nariz, 
onde inda ontem mesmo existria
um pau-brasil respirando. 

Mas como sempre - desque os bisões
tomaram Manhattan -
eu pus na cara a maquiagem Carnégira
de posseiro Insípido do aquário-rim-Solidão_________

dias onde Sempre fui órfão
e nunca subi de mim
como talvez as tardes em Itapoã. Talvez. 

Mas esse o pai. Filho das horas,
e dos NÃO-espetáculos. A chuva 
pode molhar o olho. E seus pés tortos 
de oficina Irritada onde há demora de meses
pra se ingerir um pedaço de Coisa.

Mas ver a vida sendo mais que pau de Fulô
requer sorrisos, e guarda-chuvas.

E que vejas Somenos nos quadros 
em que anões matam lagartas Listradas
com uma tonelada de bigornas,
e fogos de dragorões 
pueris. Lembrar: a chuva 
pode molhar
o olho.