sábado, 28 de abril de 2012

Estudo Náuseo

E tudo  Tudo___
trança  desconchavada,
falta de Erês, Passarinhos
essa mazomba
de  encardistância
no  afôgo   à  Forca
onde  alguns  teimam  ver  Flor:

A vida_____
madrastamência
de escalavrância
assim  futunda,
Fidida.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Carnaval(Para Viviane de Sales)

Sábado  dezoito de fevereiro, 2012,
frincha aberta  na Porta:
E todo  um carnaval
pela  marina  dos  olhos
chamando  sol  sobre  as esquinas  da casa,
por  sobre  os  braços  antes  cabindas
de  ferrabrália  e tristura.

"....na  Serra  do  Rola-Moça
salvou-se  a moça  porém...."

É  o samba  chamando  a todos
pelos  seus nomes, homens  dão-se as mãos,
se esquecem  do  fim  do mundo

Nos  sovacos  da  Estátua
anjinhos  de calça  larga  e gravata
formam  orquestra de trombones
junto  das  negas  do  Chico.

Acima  dos  cubos  verdes
e das  esferas  azuis
os  homens  dançam  nos  degraus  do  espaço,
andam  no ar entre árvores  vermelhas
e foliões  já  libertos
do  cálice  da  Matéria.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Serafins(Pra minha irmã Débora Nascimento)

Serafins  plantando  nos  igarapés
seus  insolúveis  solos
de  clarineta:
Aguaçais  japurás
pelos  purús  cantando  as armas  e o varão,
o  boto  é claro _____ pai  de todo  malungo
das  mamelucas  malucas.

Cangalha  de curimango______
onde    sacis  varando  noites  sem lua,
 jongo  todo  aloprado
mangando  assim  de  Ariti:

Festança  do  Pai  do Mato
jantando  a moça
no  breu  da  treva  do  chão  da toca!

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Depois  de novo  os  finfins
dos  serafins  nos  solos  de clarineta,
igarapés  japurãs
causos  de não  ter  Fim.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Estudo em forma de Sono(Pra minha irmã Débora Nascimento)

....de mais  Ficência
a    janga   aberta
quando era exílio pelas esquinas
duns olhos:

Invés de cobre,
inda  Esperanto e o tempo enorme
um coração  e o rio
rio rio rio rio rio rio rio....

Um quase  sol
de praças  onde  não  me Vi______
procuram  música no  outono
das   Cores, onde espero -
me  Exista -  de  Tudo

tudo  um novo começo
e  que se diz:  Passarinho
nas  águas que chovem   Março
adormecendo o verão....

Pelas  esquinas ladeiras
onde essa gente______
que   Estrada  e trompas
de   Ventania....




domingo, 8 de abril de 2012

Tema e Variação(Quem lê, entenda...)

I) TEMA

Nóis tudo torque danado
tôco de amarrá  jegue
essa incelença de  Tempo
e corda troncha  da  Vida:
Onde uns cordéis  pode Tudo
o resto isgarça  nas curva
sede véia  mardita
martirizança  inzelenta
dum todo  cu  Sevirino.

II) VARIAÇÃO

Nóis  torque  di tudo-Jegue
tôco de amarrá   mundo
essa incelença  fidida
vida  ripa  distroncha
onde uns podente   dismanda
e o resto  à  mor  mais  Disgrama______

Se  fode  fundo  o furdunço
dos  sevirino  nóis-Tudo
um todo  poço  sem  fundo
ver  jabaquê   Caba-Mundo!

terça-feira, 3 de abril de 2012

Roteiro (À memória de Roberto Laudisio, assassinado em Sidney - Austrália por seis policiais)

Hoje domingo
num tem bantó nem cachimbo.
Os pássaros faltaram todos
ao trabalho, oboés nas gavetas.

Nuvens choram baixinho
são lágrimas da Virgem Branca,
às tontas
pelo espaço  do  céu:

Mataram  longe  um patrício
na ilha dos cangurus. Roberto.
Ele era brasileiro,
que nem  eu. Então parança  no Todo, tem mais segunda
nem terça NÃO_____

Segunda é tudo  na fossa
a  joça    maranguava
açula um  pranto  na caraça  nacional:
Gira girou  carroção
inda com mais  Disgracência_____

Na terça  a roça  diserta
é  nossa angústia  sem  janela  nem porta
o desamparo  apara  a mão gadanhenta
num tapalhão
em nossa caras  sem cor_____

Mataram lá nas austrálias __
terra  de pó, de serpentes __
tão longe, um cara assim, meu patrício.
Roberto. Ele era brasileiro.
Que nem  eu.