sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Açougue Ceuta, 1940

À porta  do  açougue  Ceuta.
Acém  tá caro, e roncolho.
E, mesmo  bão, mirimbico.

Falar  no  mosqueiro  é  fácil:
tão  num  zunzúrio
que  a gente  lembra  o ditado,
passa  a tranca  na  boca.

Carne  ali  passa  longe
das  bocas  da babilônia_____
acém  tá  caro, difícil
roncolho
pra  todo  mundo.

Mais  tarde  os  braços da  noite.
Açougue  fecha, o português
leva  os  bigodes, as  chaves.
Leva  um tanto  das  moscas.

A  fome  fica,  Senhora_____
das  bocas  da babilônia.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Pátria (Para minha irmã Laura Pires)

Um grito  varando  a noite.
Vem  lá  do cerro, das  minas
e das  estradas  de tropa, dos currais D'el Rey
num  bricabraque  atravessando  estirões,
matundos  grotas  valados
brincabrincando
nos barros_____   ponto  das chuvas
poeira______ canto   do estio, do sal
da  pedra
lavada em Sangue,

um  Fogo: nos olhos  ardem
Libertas, inda  que  tarde______
e mais  dez   vidas
como  o último  desejo  de  um  Homem,

este  andrológio  do Alferes
marcando à Ferro no mundo
um Todo, e novo País:

Ao  som  do  mar,
e   à   luz  do  céu   profundo.
(Imagem: Pátria, de Pedro Bruno, e "José Bonifácio idealiza a bandeira, de Eduardo Sá)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Um Esboço

Arpoador.
Por do sol
maripousa  nos  olhos, 
  janelas  cansadas. Um  mar
tão brasileiro quanto  eu.
Certeza  passaram  veja  no céu,
que  esse  azulão
chega  lá  dentro  da gente  gasta.

A gente  esquece  as  ilhas  de manhattan
e  segue  o rubro-amarelo
nuns  olhos  de girassol:
tabelando  com as gaivotas
gosto  de infância_______
de cara  então
com a vida  Pura,
mais  rara.

A  vida  ________
sem  noves,  foras,
nem  Nada.