quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Ábaco(In Veteris Forma - À memória de Mário de Sá-Carneiro)

Às  vagas  do  não  conter-Me_______
Imensas, fartas, tão  Diluviais______
Avulta  agora  um lembrar
de quanto  pode  em seus  arnês-Deserto
a lua  Negra e seus  dragões
subsequentes.....

Erguer-se  a brisa  sem  tugirem  folhas.....
Pairar de abelhas  onde NÃO as flores.....
E tudo  em roda  a primavera  Finda
como se o ferro  dessas nuvens  grossas
assim  Fosse  desque  Mundo  o mundo.....

Assim  meus  passos  num  caracolejo,
de orixás descalços de benguês, Monções

Eu  não sou  nem  fui, nem  me Serei_____
pelo  contrário_____imenso  mar
de malefício  Vário
ancora agora  em  noitescências  Maiúsculas,
um cio  de "Sempre"
a se mexer  nas sombras Infindáveis....

sábado, 4 de agosto de 2012

Macambira

Paúra de me saber  Desespelhos
nessa interface  de hospitais  da Posse______ 
 Mãos  trançadas  em pó,
escadarias de castelos  Extintos,
as cortinas a escorrerem sangue  pelos degraus
enquanto um Cinza lá fora é mais Cartago
sob as sandálias de Mário, onde o Escambau
dos lábios  murchos de Hora,
mais  crepúsculos-Ferro.....

Um anjo percorre o céu,
trombetas falam de cimento e lágrima,
demônios grandes  se escondem
por trás de nuvens de bronze,
os torreões de petróleo
banzando um rancharéu dos  Infernos.....

Balaio  bão  balalão
rogai por nós  Mequetrefes
agora e em nossos  asfaltos,
amarra assim  Barregã
dum todo corpo  Morrente.....

Mulher

A última estrela
foge do céu, merecido  sono
à espera. A eternidade
abre teus olhos  escuros,
retornas de Aldebaran, despertas.

Manhã  jorra sobre o teu leito
primeiros  pássaros, Oboés.
Aos  poucos o sol  espreguiça  os  braços
pelo  teu  quarto.

Recebe  meu pasmo e bom-dia, mulher
desde  onde  tapetes  submarinos
fabricam  nuvens  aos  céus  antigos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Kodáquirim(Ao amigo Luis Turiba)

Pensão burguesa em Jacarepaguá.
No jardinzinho as espreguiçadeiras
com gente derretendo em cima,
como os relógios  do catalão  Birutê
aliás ali na parede,
corredor de entrada.

As flores  fucham  remurcham
conforme os dias-estirões sem chuva
(São Pedro anda esquecido
de abrir o registro). O velho que traz o leite
é o mesmo cara
que foi um dia  o  moço do leite.

A estrada  velha
(a mesma  dos  condôs  de tropa)
hoje  tem nome de mário
e nela as pernas  brancas nêgas amarelas
surfaram bonde nuns anos  cármicos
pra  mais de Metro, no tempo
do retrato  do Velho.

Hoje  bonde  num  Tem,
num tem mais choro  nem vela,
Getúlio em pose  não mais
que o samba é só  Rabichança
pelo operário  sem-dedo
e o novo tanto de gente
dum tempo agora  Malungo.

Mas
a pensão   Continua,
solene  velhusca  Viva
no arrastapé da procissão  Carioca. Querendo,
te levo  lá.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Estudo em forma de Sono, n° 2(À memória de Mário de Sá-Carneiro)

Nem tudo lance de Incenso, arsênico
por vezes  franjado  Esquerdo,
as madrugadas de chuva, e  eu era
o próprio  lado  Meu,
mas  Insurgente.

Assim
como um chofer de autorama
meus erexins rabiscavando   Mundícios
onde a mata  nativa andara um  Dia,
e que hoje  as máquinas  do céu
apontam  o dedo_______

Um quase  tom de Sol abandonado  às  Nuvens,
agora  aos  mais  Outonos
no retrovisor.