quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Quatro Paisarandagens(Para Luciana. À memória de Mário de Sá-Carneiro)

I)
Água: pássaro líquido 
em paredêmias de vidro.
Mas os lábios são flácidos,
extensorões dela Noite
cheia de Olhos, e são rainhas
desfolhando ipês
na geremário às três da madrugada__________

II)
Pedra: faces
do chão? 
Nas poças d'água
Pluvíona
os pombos não veem gigantescas aléias,
castelos desespelhados de suas Jubas, 
moinhos sem pás, Antijiranas
desertas.

III)
A forma do lírio
é dor que não sabe que Dói,
sol dobrado no bolso, cinzalha
dos cantochões.
A mão Sonária das nuvens
passa em revista as sombras
a projetar Helestátuas
interrompidas:
                             (Atacca)
IV)
e se aglomeraram
junto d'outras raízes. No pátio 
um dos meus eus sacode 
cisternas de tempo, música surda,
vida-Névoa, Ampulhétia_________
não Chega para um rosto comprido,
de tão
gris-Morto...

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