terça-feira, 27 de maio de 2014

Mais de Outonos e Espadas

Num  lado esquerdo está  a Casa,
e das janelas caminho a chuva das manhãs 
num vago apronto de Lágrima: sopram fagotes
um sono

onde me ensombro múltiplo
no encalço de Mim,
jaçã que Síntese, e de presságios o Agora
 também nas  sombras, 
que desvestiu  Mariá 
onde eram pés de Fulô.... 

Perdido o choro pelas esquinas de um pátio
onde eram Réstias
um sol vermelho e Longínquo,
demais levares
erês de Norte,
e que eu Sorrira
num costerão  já sem  Rosto....


 Mas o que Agora: monstrengos
do fosso-Abismo dos mares
e mais de Avesso se me procuro no espelho,
as sete naus  órfãs de Mim
se Foram, vestindo um cáucaso
de mais sargaços, crepúsculos
e mais de Outonos e Espadas .... meus olhos,
que te fiz eu , que foi que fiz
olhos meus?....




 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Incências

Quando nasci anjos Tortos
disseram Nada: mas aceitaram
florices brejas Incências
da turma que apareceu em casa
nos costerões dele Méier pra turumbambas
ao nascituro chegado.

os bondes já não tralhavam há muito
na vinte e quatro de maio 
nerém não mais subiam 
a dias da cruz com sete  pernas de ferro

os marechais
inda mandavam em Brasília
seus dentes pernas bandeiras trampados à muque sombra e tragédia
na maravalha dum povo
deitado à luz do céu profundo
e malparado nos torques
dum chumbo Grosso, taludo

Mas no quintal lá de casa 
era a cerveja, Portela,
nos açambarques por Tudo
e o pessoal nem se dava
de suas vidas um dia mais Curtas
e a turma do verde-oliva pintando ebós e o diabo
sem dá-licença____

que a mãe mais Linda, de branco
mostrava prum mundo Roncolho
que seus rugidos carrancas  rabugens sangues
um dia iriam de malas bagagens pros quintos do último inferno:

nos braços dela a prova mais Cúria 
que ainda sóis nasceriam
com flores Azuis  no céu.




sábado, 3 de maio de 2014

Invernescência(Soneto, inglês, nº 81. Desentranhado a partir de original de Constanza Muirin)

Onde tua pele  Começava eu via
a vilania dos homens e a Cor dos incêndios:
sangue que arruína os espelhos e o estreito
das Insônias, sombra que o mar Detém.

Eu via o errar dos gatos  sobre o sono
carregados de estrelas em Noite  na tua voz,
via o silêncio encostar - se às janelas
e fora uns  últimos  rabiscos  de lua,

como se Mundo fosse algo fácil  e que
não vimos fugir por entre os dedos
não mais acháveis  no geometrismo do outro,
e nunca mais oboés cantaram nossas manhãs____

que os pés enormes do Inverno: são Casa
onde tua pele não mais me fala de Abrigo....

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Antífona Estranha, nº 2(Pro amigo Guilherme Gonçalves)

Depois foi o sexto anjo
jogando aos mares sua taça, plena das lágrimas
e do sangue dos santos: eu vejo os homens
como enormes jequitibás às tontas
na imensidão de campos
onde trigais transfeitos em Pedra____

são cavalões macilentos tudo que resta
de infâncias Mortas nos olhos cercados de muros,
anoitecência mais Vasta sobre terraços
de Todo imunes à palavra  Cor, naus perdidas nas Társis
pra nunca mais e mais seiscentos dias, contados
de-Hoje em frente,  a cantilena dos corvos
todo o Sacrário que desta vida se Leva. 

Antífona Estranha, nº 1

Então
de cálices-Pedra e mais serpentes de bronze
os  Esperantos da Terra.
Sou todas as caravanas
que desde Hagar
o rumo-Norte
do Egito____

e nem respiro, nem Tebas,
Cartago inteira em  Gramacho
e   o sopro  do dragão
nos mares do mundo Todo, 
seu número: de homem,
e  Tríplice. Pra sempre amém.