terça-feira, 28 de maio de 2013

Bosque Antigo(Soneto Inglês, nº 51)

No bosque antigo o mês setembro
por Tudo . Noite alta já.
Três mulheres de pedra
vigiam - lhe os passos.

O ar como que enchido
em grandes poços  cabindas,
no céu por sobre a planície
ela Senhora, a lua negra.

As três mulheres de pedra
dançam a Roda, gargalham em seis idiomas
grandes árias  do  Êxtase. Primavera aparece
montando coches de bronze____

são vagalhões da  Memória
sobre a largura da  Terra.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Visões de São Mármaro, nº 0 - (Versão soneto inglês, nº 50)

Por onde livros não falam
das guilhotinas da Noite
andam meus gês Parecis____
cruz nos olhos  Embora.

Passam cavalos de bronze
levam nos dorsos
virgens brancas de Europa
sobre as estátuas de Pedra.

Vão nuvens grossas, vermelhas
sobre as esteiras de Hagar
no mar de Ilhéus onde
os começos de Tudo____

um sopro banto do Hóspede
antes do último  Pássaro.

Outonos(Versão soneto inglês, nº 49)

O coração numeroso anda em Silêncio.
Procuro um rosto____
a luz que Oscila
anda sem olhos a cidade inteira.

E se acabaram os homens,
já não cabe discutir  as flores.
Procuro um rosto____
e dos espelhos  vejo terraços

sobre oceanos desertos, a tempestade
move as entranhas dum Mar
onde são galeões digeridos
tudo que Resta, e não sou mais

nem  Isto____ visto os Outonos,
desenredos me  Existem.

domingo, 26 de maio de 2013

Soneto Inglês, nº 48(Ao meu irmão Phelipe Chiarelli)

Desfilismina a cantiga desse povo todo
aboitatado e fudido enquanto a bossa em Brasília
é tão finória em roubalheira mais
Crassa: Fregue ancora em noitescência

maiúscula  enquanto nos cultos dom feliciano
pede os cartões e aleluias de cambulhada
buzinando a massa, mais delúbios de troco
amarfanhados onde o cu faz bico.

Pós depois se descobre que a festança é Cara
pra demais da conta e paga o pato o salário
desmilinguido arrombado dos zé-brasis
que Nós somos - escangalhança pra  Metro____

A história entrando no pinto, saindo
no pé do pato: Mas(Merda!) é tudo Verdade.

Soneto Inglês, nº 47

Como engomar Vila Sézamo
com tinta acrílica murcha
é meu bozó desquebranto
manzanzando fuga dessas

gatas biônicas, que mascam fumo
com os pés e reformatam Darwin
pra me bater. Inúteis nos teleféreos
serafins cantando as armas e o

varão no esbregue a toque banto
de caixa; edifícios fogem levantando
as saias e mijando cromo no Rebouças
calombado em Sépia, empós as cores

Defuntas: Em Brasília  dezenove horas
e o senadão marfundado na Bosta.

sábado, 25 de maio de 2013

Boi Morto(Soneto Inglês, nº 46)

Meu lado esquerdo  anda  Espaço,
Issá  clareira  onde folgadamente
esse terceiro dia. Porém boi morto ele-Deus,
e jaqueline sepulta é mais bonita

que os anjos. Pelas encostas
desvestimento:  Altares, velas ofícios
porque mais homens mastigando espingardas,
já não direi Passarinho.

Da nuvem grossa de raios um minotauro
sobre os cabelos das árvores, mais boi
todo Espantosamente. O resto: Nada,
maus grolós  na Cidade do Samba.

Meu lado esquerdo era espaço,
não tem mais Onde esse terceiro dia.

Soneto Inglês, nº 45(Corrós do Êxtase)

Atrás em meu pensamento um Saltério,
semeador das Esferas, também chamado
Triúno, trânsito arquitetura da gênese
onde os cantares, nebulosas de Fogo.

Zabelês baticuns desfraldam cores bandeiras,
altares de voz em Sangue  e caravelas
Serpentes, penduro praças de Maio
em varais  onde andarão mães de bronze

imaginando Nuvens: Costuram  filhos
nas mãos gigantes  e  esperam   jardins
de pedra , usando  escadas de incêndio
pra desembarque em certidão  Caicó____

Eu sigo escrevendo chuvas
até plantar  o meio-dia.


sexta-feira, 24 de maio de 2013

Igrejinha(Igreja da Penha, zona norte da cidade - Para o Ricardo Chacal, no seu aniversário)

De princípio  um morrote,
pelado  de Tudo. Embaixo  à volta
cabeleira das árvores.

Também pelado  eram os cabró  moreno
de 'rabaldeio, posseiros
de Longe tempo.

Mas  lés depois  deu na praia
uns cabró  branco nuns pirongo enorme -
e vieram de longe, muito depois
do raio que os parta.

Jantaro cocharo mataro
os hômi cabró moreno
inté que nem cheiro teve
pra mó de Sobra

Dispois mandaro de lá
de lá de embós de Aruanda
uns cabró preto
pra malhá cana e tabaco
e tomá fumo no lenho....

Pois esses subiro  o morrote
descabelaro umas arve
dispois  pusero de pé
à custa  de renque  e sangue
um casarão bem bunito, e vai,
chamaro  Nossa Senhora
pra morá  Nela____

Pois só por eles, por EEEEELES -
e pelos cabró moreno -
que Ela tá lá, 'té  hoje.


Soneto Inglês, nº 44

Ouvir a sinfonia secreta
cantada por anjos 
contando  histórias da  Terra:
Portões antigos do Encanto.

Memória apara num cântaro
os livros de todo um Tempo
contendo estrelas e deuses,
demônios dormindo à sombra.

No mundo___ homens Renascem,
abraçam os peixes, as nuvens
partilham novas Infâncias
após o sétimo  Naufrágio.

O sopro dos Três Primeiros
de-Novo por   sobre as águas.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Soneto Inglês, nº 43

A claridade sobe as escadas
pra mais um dia. Faróis apagam
no céu, enquanto um samba candeia
em tamborins Sabiás.

Mas ruas vomitam homens vestindo
ternos de chumbo, os olhos cheios
de helicópteros de sete rostos
brandindo frases que não cambonam

Palavra, nem mais pampulham  jardins
nas cinco salas de todos,
agora que pedra é pão nas bocarras
tão decotadas de suas  Infâncias.

A claridade sobe as escadas pra
mais um dia. E bicho-homem  Desvê.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Visões de São Mármaro, nº 8(Para o amigo Pedro Rios Leão, guerreiro Bão)

Há muito o Mário fez "FÚ!"
no cu do burguês-Burguês:
Escandalência  pra Metro____

Mas pátria amada inda muge
com as mil cintilações do êxito  intacto
das camarilhas mandantes
sem "troppo dolce"  de flauta....

O fiofó do burguês
prossegue  no murunró
de escorche à piazada  pobre____
enquanto rosna de anglícias
e teatrálias  goiabas....

- Pra boi dormente, Entendido....

Por isso o "FÚ!" do seu Mário -
que andava  à mó  de neblina -
Precisa  entradas bandeiras
e mais  Portelas  avenida  Adentro
num turumbamba de arrostício  "hospíço"____

Pra ver se acorda  a  mutumba
dum povoléu  deitado  à luz do céu  profundo.