quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Um tanto de Cantiguinha(Para Luciana Moraes)

A sombra azul dela tarde reboleteia
os braços. Sabiás gourmejam no peito
gravatas laranja, e as árvores da avenida 
soam seus clavicórdios pontualmente 
na antessala do crepúsculo,

ninguém lembra que antôntem ness'hora
tempestuou: chuvarão a cobrir de edredons
o calçamento das gentes, e que afinal Rareia
ao toque do coche da ventania
com serafins de seis olhos________

e eu me quedo poeta a ramerrar cá Dentro
enquanto tarde arrasta os últimos claros
e bebês arquivados em carrinhos avoam
pra dentro das casas_________

nas poças que morrem Últimas 
nos brincos d'água que decaem de florinhas na
praça saens peña aprendo - de-Novo a Cantiga

_____do barro Maior pra arquitetura de Tudo...

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Esboço a lápis 9b nele Coreto de Quintino(Poema iscrivinhado depois de ler texto de Michel Onfray disseminado pelo Sérgio Ortiz de Inhaúma, a quem dedico o poema, e ao amigo Túlio Cecí Villaça)

Meu lado esquerdo anda Espaço, Intinério,
nhambú sem pouso: parte
do que sinto me Anoitece, (espaço) 
onde folgadamente descomedeja

um boi-Morto_______ mesmo que cidadelas
inda usassem chapéu, há muito não tem mais na paróquia 
funcionário com pássaro no ombro que lhes guarde
os nomes no livreto de versos________

gente queda na margem pra ver
rodopiê da enxurrada, em cima nuvens 
guardam ciclopes-Marteleiros com pernas de curupira,

'calanto há muito fugido 'nxotado dos berços 
parques e ônibus_______ ALI mais ou menos

na Meiúca entre o altar e a torre 'joelham-se
geolhos nublados, quirieleissão,

penitência: farranchos da coréia-do-norte vão Sérios
na derrubança dos tijolos que os homens sobem
com aguandaimeareiamassa pra depois 

- a torre  - longe do ateu
que aos domingos é carne lúpulo e peido:

mar que segue a Procissa
de galeras ruminaradas
com paciência de santo. 'ssa cachaça

alarga é Maaais o lado espaço onde Esquerdo,
nhambú sem pouso boca sem mato
brejo das almas, bonde perdido - esperança??

boi-Morto, Descomedido lampão,

olhêle o bicho cruz-credo
que vem lá de longe.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Estudo n.58, em Mi menor(À memória dele Mário de Sá-Carneiro)

Então me apanho assentado em
rubros d'Ontem sobre minh'alma.
Tarde prepara adeuses
lá do alto da varanda,
mar sem Nome à janela - chuvaranzããão
que traz os séculos nos ombros__________

da farruxêra de raios
um minotauro desce uivaraaando, o ar
parece enchido em poços 
de braceleiras Cabindas_______

som das trompas
é colcha em bronze arrepanhado,

provável que o velho Ferges se 'tristoronhe:
não vai poder ver os corvos sobre ela serra
da estrada grajaú-jacarepaguá
quando voltar do turno de vigia,
na bicicleta de pernais Altíssimas.

Estudo n.57, em Si menor(Para Jéssica Campos)

O germe pondo a noite num casulo:
entre a mão e o teu corpo
um leito de Procusto, verdadeira(e Nenhuma) 
preparação para a vida__________

meu pai meu paaai, numa estrada poeirentícia
fechei meus ombros, no seio mesmo das lâmpadas 
não mais ouvi o toque dos anjos
nas espinetas do Infinito.

A casa(entre projeto e Arremesso)
queda-Se exata. Este cavalo que de mim se Veste 
- adro posto sobre Invérnia arquitetura -

é Tarde como as cinco horas do relógio, 
tarde como niños empinando pássaros 
que dão de beber ao sol, 

tarde como a tarde-Encanto e as três mulheres 
de pedra no bosque Antigo em setembro, 
tarde (ao Final) como

gérmen(acavalando) no casulo 
ela Noite.

sábado, 25 de novembro de 2017

Morning Sorong opus 66(Pro amigo e compadre Diego Maia)

"...execute order 66."(Darth Sidious)

Manhã - cerzida à mesa junto dos tabilaques
que vida impetra, generosa
com Relho, 
de couro Cru________

como fosse um cacto algo Mais
que um cabideiro onde se aponhe Sangue________

(e que) tivesse olhos o intratável
pra ver o galopeio dos cavaluchos da
chuva, e fosse mesmo Isso
de(quase in totuum) nula Serventia:

que pela Alma seu fantasma se espaventa
mal a gente vista o césio do noticiário e saiba
que no palácio Tiradentes
os Roncolhos* inquilinos
fizeram o nome dele Esbaforir, fugindo 
sumindo à perna grande(Irreversível)_________

e vai-Se a(mesma) alma - lenta(mas)
com pulga de aço Inexorável 
também igual ao cacto 
medusear-Se, novíssima 
mulher de Ló________ SEM

um raio que de Cima o desvaneça.

(*)Roncolho: gíria nordestina,
sujeito cujo saco
só tem UM ovo...

sábado, 18 de novembro de 2017

Dois Esbócuros em Ré Maior(Para Luciana)

I)
Sou
mago, e Ponto.
Presclusro('inda água nas Ânforas)
pela janela 'sses Rafunchos de manhã,
em ré maior sem dúvida 
a Sinfonia. Lembrar__________

cemitérios gerais estornam
restos de Pouco. Vida(ask lááá nos Subúrbios)
é surfe nos entreDentes
do Mônstruro, há que se hacer
dela queda passo de Dança - foi Teeeeempo
em que malazarte Sobrava
no fluido Aceiro(da vida)__________
                    - (ATACCA) -

II)
Redes nela varanda seguem,
assim pijama em grã-lavanda vestido -
de empós Chuvoão 'panhado na capoeira, -

poema com seus cavalos evém, baixa, se junta
ao chupiço da caniça-abrideira_________

enquanto à Cor da conversa eu e Luzinha falamos -
de jaburus e da baixa do café - mas Também 
dela Flô destorcida que brotou no asfalto às cinco da tarde 

e toda Toda se espaverenta e inda nos põe
(das Cinco Salas pra dentro) esses cavalos migradores
que nos ajudam
a levantar todo dia__________

Ó rodas!! Ó grifos!!
Ahôôôôôôôôôôô!!!

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Madrigal(Pro compadre Sérgio Ortiz de Inhaúma)

Nasci nela cidade dos homens
cujo crachá(de pernas cuneiformes) iscrivinhava
"Méier dos dois cinemas" - hoje olhoBório
queimado_______ so far away

de arlequins e da velha gameleira do avô, hoje
tida por morta________

terra coçada
e tudo é pedra perdida, outono é Mesmo

poncho de passarins
levando nos bicos o desmontuê
desque ficou moderno o Brasil,

gente não nunca Sabe
se chuva é poste com Lâmpada(eu bem Sabia,
dava azar deixar o terço
cair no Esfumo da pia).



Mais Estudo de corvos sobre azul e trigo(Pro Hugo Stutz)

Meu caro tiê que há tempos
não me autografa as goiabas aqui,
quintaréu__________

os laranjeiras insistem no informe
de que te foste, porque há tempos
que chove a cântaros n'alma dos homens 
e o verde que os zóio veste não passa
de gatos pingados____________

tarde, calmarente e rósea a nuvem lááá
encolhe como pergaminho pra gente ver 
os muros feitos por braços de urubus,
cá embaixo todos os postes

mijam cachorros que então relincham -
NEM ASSIM Amarildo me aparece de Volta,
antiga vocação dos santos é Jaburu no Planalto 
dinamitando a Memória,

sol da orla não 'carinha mais, trigo do corpo 
é cinzalhêra e num tem beato
que ressuscite as flores da véspera, aquela Inclusive 
que um dia parou os carros 
da presidente vargas___________

como não há mais Fuga, nem mais pulmões 
por onde o mar Cirandêie, repitirindo que os verdes
são pingalhuços por mais que chova nos hômi, 

_____meu caro tiê, querido e troramente grão-Ontem,
embandeirada esperança, ô meu tiê meu tiê.....

______volte NÃO.

Estudo de corvos sobre azul e trigo(Pro Hugo Stutz)

Nasci nela cidade dos homens, mundo
já não Cabia no Méier. Os dois cinemas
modorreavam com gotas em todas as juntas,
terra se Imove
mesmo à cantarícia das águas__________

corredores em Desespelhos desesperaram
por Fim - na molhada alma-pavio, a gente
empurra pros matos o paquiderme do engenho banguê,
cujos molares são moenda desdentalhada -
rés-fumaça que tampouco 
encorpa muito:

homens imolam as últimas árvores e nunca mais
os olhos porão sebo nas canelas
pra direção do Coração do Hóspede,
palavras que - braços-Márires no outrora-Tempo -
são cais desertos, desertos
na antiga mesa de pedra____________

o bosque antigo é choravão Resinguento,
barrício: altares remostalhados, mundo-Caim,
cambonerês dele Méier, hoje
ainda mais em Des-lastro. 

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Canção Desabrida, em Si Menor/Ré Maior, pra vozes de muitas águas(Para Sarah Valle. Recomenda-se ler mais de uma vez, ao som do IV movimento da Sinfonia n.4, de Heitor Villa-Lobos)

I) Si Menor

Homens perderam o Braço, penumbraréu
dela Hora____________

                    (introduzido A -ma -re - lo!!)__________

______no Instante como escaléu de notas corridas, evém-Fim
de tribos rubras que à tarde 
inda vidrilham cor pelas montanhas
do amigo morto em setembro, mercê

deles verdugos(fardados pelo rey que aqui chegou sem nem orgulho 
nem cuecas, em 1808):

Grambéria grita pras árvores que neste Agora 
os canhoneio' trarão mapas pelas salivas,
flores relinchando sem cabeças e por acaso o senhor
pode me explicar estas laranjas
longe da boca das crianças??

Sem dúvida o profeta dirá que as nuvens
andam brancas de pássaros - excesso(sem dúvida)
das samarcos que os filhos da Besta(e da Puta)
escondem por entre as saias_________HORA 

seguinte à vigerésima-quarta,
penumbraréu 
que o relógio da torre avisa
desque era 1938 e o nosso ferro de Itabira clamava 
pela destituição dela ilha de Manhattan.

II) Ré Maior

____Ó fadas rindo, ó facetas de andaimes
onde geolhos 'joelham,

____Ó nascituras manhãs onde sou Vulto
mas tenho Sarah no lado Ímpar da memória,

____Ó Combustão 
de sanfoninas Anônimas que desde gramacho
trouxeram ventos de ontem co'as sementes Daquele
dia, em que os candãs da Criação 
irão respirar de-Novo___________

e toda explosão de febre Virá no fogo,
na água, na rosa, na borboleta,

nem mais Sarah nem Eu
disfarçaremos o Aquarmário das espadas,

Mekong - o - rio abraçará sem Pejo
todo dilúvio, novo Orferê
malunguissimamente.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Estudo de Laminura, n.1(Para a amiga Jessica Campos)

À beira de meu copo
noite alta mostra os guarís, canavial gasto
desde ela casca__________

planeta que ascende sobre as cabeças de concreto,
o róseo dos gases veste zés-Clóvis,
paletó-Cubatão
no JN 1983. À beira de meu caneco um
quarto, amásio dos Quintos em fumacê
e terra onde ninguém Jaz,
samarco - cemitério de rios, cujo efológio
não vem vestido de caixão.

Guarís iribam palavras, abelhas 
não mais domésticas, papel
que se tramonta em pedralhas, e o santo mártir
também láá vai sem caixão, embaixo
delas calcêlhas da senhorita Potts e o rio Eufrates 
agora Enxuto, canavial
também desde ela casca 
em Cupins.

Poema Eresfíngico, para o dia de Finados(Pro amigo Lucas Hombeeck)

Desvãos, que fundem plânuros de cobreú
sobre arcabouços parecendrendo andaraimes,
todavia esquecidos
no mei' do céu___________

barcaças náufragas o que são - de Cor, de mim-Mesmo -
onde aguandança de março tumbéim já FOI,
trazendo Vida nas asas, nos sótãos, nos ângulos
que não mais Hoje: HOJE, que é o mês 
do ano dos cem dela Revolução, vejo nos morros
sempre três a quinze eresfinges a verberar Ventanias
que bolem nas colunaças do templo 

(enquanto dos arquivos surripiaram orquidárias evidências,
as últimas, do milagre dos peixes),__________

o último Sansão que manopleou colunaças assim
vestiu-se de Beleléu - não teve
como reaver os dois olhos, nem o país,
nem o cu -

nem mesmo ela noite - esgalga, Seca, Ambidestra -
após empós: O Veredito, 
delas abelhas.