quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Finô....

Pois bom....
Cabou que era Krishnanda má
os quatro olhos que eu vi
'garrando fogo pra riba de Jararaca
num tendo "valha Nossa Sinhora"
que reverteja o Chanfalho
dispois  de ebó Pai do Mato
bater martelo e carranca....

Cabou xerém que era Doce
desse evaneio Imbecil, caô num teve
nem prum café mais "Rápa"
sobrando pro mau malungo('sse aqui mêrmo, Choréu )
o esbregue do ajunte dos cacos:

Porrada toda pra corno
ind'é  cangalha da Frôxa
pau nele juda mardirito escroto
que é pra aprendê seu lugar
nessa pocilga-Circo 
que esmaga em riba de Mim
o carma  esquerdo, Mardito_______

Toda semana
é sempre Quarta nos sete dias
daquelas cinzas bem Roucas
e como disse um dos (poucos) amigos
(prenda mais frágil  e Parca):

"___Em hipótese  Alguma
serão aceitas devoluções." 
Paulão meu rei,
cê tá Certo.





Irmã de Sopro(Para minha irmã Débora Nascimento)

Porque te amo, irmãzinha
sei dizer Não.

Precisava
marajanguava de Sapiência
uns arrepês de sorbonne
e perigava ter que dizer
que nem socrácio malenrustido
porém Demais na interança
da própria Crassa burrice:

___ Porquê te amo irmãzinha,
saber direito
sei Não.

Talvez
seja fatura de carma
uns jabregâncio' de passadas vidas
talvez seja um coscós
de arrulho credo Deus Padre
mais cabrelês de Xangô, talvez
a zona Norte que nos pariu tu e eu
talvez....

Talvez
seja o cascalho bagulho 
da mesma Pedra onde rancamos o pão
com sangue choro e raivência,
será?.... Saber dizer
num sei  não, mas Sei
dizer que amo tu
(imbora aos tranco', burraldo),
irmã de mor mais Querência

Talvez que nem mesmo seja
o som do tal do Fagote
que a gente É
(xodó dos anjos segundo  viu
Jaime Ovalle
nos seus cabraques de breja),
talvez que nem mesmo ele
valide explicância
"prêsse" xodó 
que em nós mandinga é pra Muito
e vão  pralém de mais Vida

Só sei que sei  Dessaber
o tal dos noves porquês
de cientismo, de estuques
e mais de blás quás quás quás______

Pra  vida agora e pra morte
eu grito em tudo que é tom
quartitom, multitom

Te amo e muito,  irmãzinha !!!
Talvez porquê, o  saibam Deus, o Cramulha
anjos Virgem Xangô.
Eu -  que não passo de Espirro
de jequié de tatu_______
só digo, humilde, mas Louco
o catecismo adirônzio:

Porque te amo Irmãzinha
te juro em mar  Poxoréu: Saber direito
sei Não. Mas te amo, e muito.
Assim Mêrmo.


Quadrinha, n° 2

Sopeso enxó de Infalência
a gente esbarra nas calçadas esquinas
que marunvigem diabança a quatro

Cabou de novo eleição
bora fazer de conta:
Uns tantos dois três quatranos
quem vai lembrar do mardito
do cabra pra vereadô
que a gente pôs nos palácio????

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Catende

Cinzalha  bem-vinda,  à Beça:
Sobre Catende no céu por Tudo
azul-da-Morte escafede,
a gente ouve  trombones  
cantando  chuva ali Rente:

Manguaça de aguança a esparramar chão Molhado
 onde  esturriques  banzaram Craca
 por tempo demais da conta

A Graça é dele seu Ciço,
meu bom Padim_____
que andou pedindo pra Virgem
botasse os olhos de Mãe 
no povo que  andou de Muito
dotô de mor-Disgracença....






domingo, 28 de outubro de 2012

Bulgária(Ao amigo Augusto Guimaraens Cavalcanti)

Passando
sobre as rabugens do Tempo
e dos trombones que as nuvens
mandinguem na traquinagem:

Viscondeamóspirajando
a gente saca das mangas
uns lautréamont de bulgárias,
bulgárias, bulgárias Muitas
que façam Bulgária-Só
como era desde o Princípio
antes até do Fla X Flu e do Nada....

Onde carvalhos pelo campo Aberto
sejam caraças de assomado Apronto
pruns batuquês merecidos
regados em pinga e breja,
que ele, Carvalho Campos
merece bem Fuzuê
escrito com sete letras
e tintas vivas de Sangue.


Evocação do Recife(À Memória de minha Mãe)

Manhã por Si, porque
mais guapa de Sol 
no bairro de Santo Amaro, 
 eram trolós de infância
ali mais linda em janeiro

Depois jacis, macaxêras
jaboticaba e jambão nos fundos da casa Antiga,
velha de ter assistido Manuel Bandeira
brincando de coelho-Sai, casa
da tia-avó Professora
que foi mãe-Grande da minha....

A gente em só  Cabrobrices
brincando de esconder na antiga casa de telhas
(sargento Julião que ajudava,
não via o mais que Podia....)

ninguém ali não pensava
no general-Cavalo que andava em Brasília
cagando Redondo, no barbicucho maluco
que andava pondo fogo em São Paulo
(e que meu tio-avô queria muito
ver  lhe  "rancarem o couro no xilindró")

ninguém falava Anistia(e que pra mim era nome de comprimido)
nem discutia o Feijão, e a gente,  menino-Tanto
cabriolava no parque da Treze de Maio,
minha mãe-Bonita ali junto, Siva, a escudeira
também

de noite era Bandeira de novo
na boca da tia-avó 
lembrando o Capiberibe
de "sustenido e bemol", na mesma boca, dois nomes:
"CapibAribe",  e se ria.... e a gente brincava mesmo
de contar vagalume
antes que o sono soprasse.....

a gente bem sim, queria
um sono leve ligeiro
que desaguasse  em manhã 
mais guapa, de Novamentes....



Guajaramim

Manhã no império
dos sensoramas diluviários e mais varais
onde os relógios Dependurados  refletem
um sol Violeta, as avenidas despencam
no espaço de meus ouvidos, mais longe a Serra dos Martírios
cabendo toda nos bolsos
dos querubins, apóstolos não se decidem:
Subir ou não o carnembê dizimário....

Ausente há muito de Antares
meus olhos, doentes de  Mundo
não mais esperam retorno à transparência dos curumins
o festeréu dos erês também caiu das janelas
no alto da  Central do Brasil, desanoiterças
de  bebedeira onde elas todas, as  Brejas,
acoitam meus Zabelês 
num catifundo muquifo_______

deixando  abraços e salameques
dependurados junto dos relógios....

Elegia(À memória de Mário de Sá-Carneiro)

Luar
sobre interâncias de Foi,
pontes sem fim de Abísmicas, paúra
de me saber Desespelhos
onde os aléns Partidos.... de Tenebruras
confins à salas Vazias como em Laguna
a retirada Triste....

Heráldico de Mim
sou  fervuras de bronzes-Ânsia,
viramãs  longitudes, as náuseas
descalçam Verbos de meus arrestos de Fuga,
 portões sobre  os  congás-Crepúsculos....
tão mais de Ferro!

Serraxo

Na trempe da Grajaú, levando os lábios Inúteis
pro quarto em Jacarepaguá.
Por sobre a serra os trombones,
 temporal Macanudo
lambendo a carne  das árvores.
Assim mesmo  três rocinantes
comem do morro próximo, gramácia
com molho d´água.

Ventaço assim laterálio
fungando arrêsto na van,
o motorista diz qualquer blague sobre São Pedro
que não tem graça Nenhuma, a gente reza
pelas pastilhas de freio, lá fora a bateria da Portela
se junta à trombonada maciça
o turumbamba completo acochambrando a moçada
num medo só,  tirante eu,
chicabrunco:

Lhes digo o porquê, rapazes
o cabra aqui desde Sempre
sambança de  rombo-Só 
trinta e seis tantos de arrulho
lábios Inúteis, sancho-Arremedo
voltando Seco pro quarto
que Nunca não viu mulher. Talvez mió
 a Breca.






 


 

 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Maruê

Dizer desse esperanto Bruto
irmão do inverso da Cinza,
e que guardo no peito:
Andorinhanças, malabarices
dum marginálio Imagista
que se recusa a dar as costas ao Sonho,
inda que tarde a Manhã, e os automóveis
rujam nos pesadelos seus palantins
do Demônio

Espero o canto da trombeta
quando aguaçais passarão
lavando as partes de baixo
dos filhos dos homens, e o estandarte do Hóspede
aparecer de uma a outra ponta do céu_______

Serafins recolherão meus ouvidos,
meus olhos, não Serei mais
e novos sons de pianos arrulharão
nas planícies da Terra
nascida Nova, do sopro dos Três Primeiros.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Mumburama

Minha praça tem palmeiras
desidratadas malsãs
onde gatões vagabundos
enxotam os últimos pássaros,
depois que os gases de São Paulo
mataram todos os outros

também tem gente na praça
manguaça  à vera, pinguça
A Virgem chora de Triste,
o mundo a carne o Cramulha
contam delúbios nos dedos
enquanto uns outros morrentes
descem ladeira, direção dos Quintos:

Um tudo foz-Mumburama
e os homens errando a porta
que vai pra Maracangalha.....



Cantiga

Nuvens claras nos olhos,
 tarde Esparsa, malunga:
Se  espalhe o Rubro
em pátinas mais Infinitas
sobre naus  Quirinãs, inteiro um Mar
 pelas janelas-Alma, aquele sol
mais farto, de Infinitamentes ....


E lá meus cimos de Norte
lá mais gêneses-Rios,
vinhas,  báculos-Sonho_____

Meu verso Avesso refaça
o chão dos pássaros.
Sempre.




Quadrinha

Na minha terra tem dança
tem cabrolós, macaxêra
cambinda, pemba Aruanda
e mais açús Sabiás

Na minha terra tem mares
areias morros amores
carnália nos fevereiros:
sambança à beça nas coxas_______

Na minha terra tão vasta
tão verde alegre festuda
só falta "mêrmo" uns roncós
de vergonhança em Brasília....

Fim de Noite

Era uma vez Caio Amaro
que amando se Desmontara:
No mesmo bar Vinte de Novembro
do morredor João Gostoso
dançou bebeu gargalhou
e vai, depois se jogou
do Vão Central pras cucuias

Deixou com o chofer do táxi
um envelope fechado
com cinco notas de cem
mais um bilhete e o anel
do casamento desfeito

Jornais deram depois:
Que os policiais da viatura inda tentaram extorquir
o taxista assustado_______

A sociedade mais uma vez achou uma barbaridade
e foi dormir.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Araxando

As três mulheres do sabonete
são doze estátuas
vestidas de musgo Antigo
nos quatro braços
do rio Primeiro

Na serra da Mantiqueira
abri clareira matunga
vi lá embaixo as portas da cidade
abertas
para a Estrela da Tarde

um cheiro muiraquitã
e as índias ocidentais, seus oceanos
onde foi Verbo o Demônio,
e todo o Tempo deu cinco horas_______

Levanto de minha sede e fome
são pontes de jade os meu olhos,
tão Parecis, 
na página aberta sobre relâmpagos,
irmãos da chuva
mais Nínive.

domingo, 21 de outubro de 2012

Antífona do Arco, n. 3

As ruas acesas
pelo  Mar na janela:
Mulheres  nuas na  avenida chile,
infâncias  despenteadas
de  Narizinho  e Visconde.

Na fonte  da  música
não mais a concha das  manhãs
abrindo  portas  aos  Mundos:

Aves  elétricas levaram  o Hóspede
pra  longe  do coração  dos homens.

Vejo  o sumiço do Tempo
em monumentos de plástico,
estou  preso  a meu corpo,
fardo de barro e carvão_______

A tempestade aparece,
sacode os ombros, sorri:

Ai dos friburgos  e  bumbas
sozinhos  sobre  o horizonte
sem trevos  de quatro folhas.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Visões de São Mármaro, nº 5

E te apresento a água, que Narciso
chamou de Espelho, e por ele
marcharam séculos.

Te olharás como se nunca Antes,
antes do Arrebatamento
que acenderá os candelabros
do Fim______

e que voltemos, tu e eu
do pó onde dormimos o Sono

Chuvas cantem de novo sobre as montanhas
precedidas por trovões arautos,
minotauros  velozes.

Assim retorne o pássaro, o cântaro,
a estátua de pedra
para dentro do poeta futuro
ainda no velocípede

Como ao princípio
eram os primeiros  Três
falando  Tarde e Manhã
antes do espaço e do tempo,
das trompas do clarão  Primeiro.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Mensáleis

Pontaço de batmacumba________
essa pancrácia da safada trupe
banzando solta
sobre a nação desarmada:
Grana pública indo parar no esfíncter
dos mensaleiros da pátria,
história velha(pra alguns):

Vem desde lá  dos Antanhos,
das caravelas, Derramas,
passando pelos barões do império
até os tucanos de terno
e alguns torneiros
de São Bernardo do Campo....

Fazendo contas
dá  quinhentos anos
mais uns delúbios de troco_______

o tempo se encarregando
de trocar as Matilhas....

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Andaime, n.1

Caos de urim-Cascalho
em céu de Outubro sem brigadeiro:
Meus zabelês não mais os portos de Lisboa,
o passaredo se espanta, assiste reizados
das últimas caravelas.....

A tempestade açambarca
os mortos das  doze Tróias,
inclusa a Cruz
onde me Cáucaso.

No abaeté  chega a noite
 banzando um tango argentino,
 onde  leões sem Juba saltam da Página
gris  de ossanha Achureio: 
 Mundo anda matando orixás,
homens indo pro Beleléu
depois.