sábado, 26 de abril de 2014

Para dançar apesar da chuva(Soneto, inglês, nº 80. Pra amiga Lilian Dórea) )

Então que pulha e Madrasta mais aparece
isto calhão de  Escuro às vezes chamado Vida.
A gente olhando pra mesa cheia 
de papelês e reclames e vencidas contas 

e bilhetinhos e encós e bumbas tripúdios
a nos lembrar que tudo passa num galope
Doido e a gente frigindo os ovos se vê sem cravo
e sem rosa e sem marulho de Cor, querente só

de se esconder na grota escura mais Funda.
Mas olha, olha então pra janela, pra esse marzão
de azul-Profundo em quizombárias danças
a nos dizer que a chuva pode sim roncar Bravura:

mas vai-se embora e a vida surge  -  de Novo:
rondó mais sempre, de Sêmpreres.


segunda-feira, 21 de abril de 2014

Esboço de cena com chuva(Para Brasília em seus 54 anos)

Na grajaú, Cabrunguê: em cima da serra
 descabêlo nas árvores, banzúrio
 de chuvarão  Macanudo. Serão da tarde inda Infâncias, mas breu por Tudo
brincabrincando
como se noite. Cantiga

 dos zóio d'água, multiplicança
por cem. Cinzalha que fura as vista'
mas ali perto ____ vão rocinantes
comendo o morro num Pachorrê, carros
tremem de frio, levando ternos
que vestem mortos desde bem antes 
do tempo do tempo-Tempo.

São Pedro é só corda toda
pra  bateria da Portela,  tururumbamba
ver  trovoada assim galope 
de  potro chucro pasto fora, verêz  em quando
uns relampes, fósforelétrico. A gente assim 
se encosta em rêlo nos outros, mode um pouquim
de calor. 

Na grajaú dia-fim, desbororó,
 Cabrunguê: que só
empós de amanhã, isso  querendo os Três
ressolará.








Rondó Pinguço(Pro meu amigo Rafael Zacca)

No embolô cajuê
que evém de mão  Curimã___ depois de o Mar
gritar zabumbas pelo sertão adentro
os noves fora em tangência
pra nunca mais: 

cabou xerém que foi doce,
pare vassalo  dona miséria
num desembêsto de Cobra ....

nuvens grossas enormes
cinzalha Certa de chuva___
caçaremas e os homens 
procuram por socavões nas invernadas sem porta
e nem janela que Valha: no cafundó todo mundo
esteiras com más Iaras____

No embolô cajuê
parido em mão  Curimã:
cinquenta esfinges de bronze
seduzem um terço das estrelas 
até que a Virgem apareça,
 as águas fujam correndo
batendo a porta dos fundos.




sábado, 5 de abril de 2014

Coisa

Coisa mória  nhanderê  marcisa____
aquilo há  Muito exatamente os prometeus
na Chuva, e cento e dez são rostos
de um mesmo  imenso  e tropofágio Abutre:

a tal   da sina marfanhada, e COISA
que gente arrosta na treva  Adulta
depois que mortas
as  mães....

Gramacho

Vou mimbora pra Gramacho
lá onde pedra é pra-Luxo
daronde reis  urubus
candongam rinchas, batuques

e saem no braço com os filhos dos homens:
---- ver  quem manda  nas sobras.