segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Poema da muita Chuva

Faz frio fez chuva. De dia
era ver noite no céu,
e as nuvens rombudas gordas_____
Ronquêra assim
que nem orquestra de trombones.

No Cachambi ninguém sobrando
pra fora de um guarda-chuva,
magotes disputam no ombro
uns frenegués de centímetros
nas poucas marquises Sãs,
as leis da física
dando um trabalho danado.

E ninguém viu Biguá
mascote do bairro todo:
cachorro de rua nenhum
que eu visse de mais Estrela____
os donos são 32, fora os centavos
de troco.

Mas todo mundo aproveita
a deixa da chuva em baldes
caindo pela manhã na zona norte da cidade
pra mastigar pelos ônibus
os seus torrões de azedume:

os olhos compridos
pensando um gosto de sol,
saudade de um samba antigo
e mais orquídeas no bolso.

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