Entre visões de moimento
vão duas águias rondando
céu de espasmos em Bronze,
adulta a mão-Desespero.
Morte em câmaras Surdas
devora os últimos Espelhos
dum povo heróico, e a noite Cai
na Palestina transformada em Sangue
Depois mais ganchos de Ferro
esmagam ossos de meninos-Anjos
enquanto os dentes do Abismo
cavam cisternas em Gaza______
Olhei, eis um cavalo amarelo
os beleléus seguem rente, de Perto.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Soneto Inglês, n.º 6(Mário de Andrade)
Depois de o mar tão bunito
chamar o carro de Apolo pra mais um dia:
jangada Só deu na manhã
da praia, morte Polissilábica.
Cinquenta estátuas de Verdi
em mais de um terço do Céu_____
onde eram noiva e cavalo
socavão que o baque surdo
Arrefece. Agora louco, e Viúvo
no Garumbó despenheiro -
salto em tango e cavalo -
noivo se despenhou.
E a serra do Rola-Moça
agora é Noite a desabar catedrais.
chamar o carro de Apolo pra mais um dia:
jangada Só deu na manhã
da praia, morte Polissilábica.
Cinquenta estátuas de Verdi
em mais de um terço do Céu_____
onde eram noiva e cavalo
socavão que o baque surdo
Arrefece. Agora louco, e Viúvo
no Garumbó despenheiro -
salto em tango e cavalo -
noivo se despenhou.
E a serra do Rola-Moça
agora é Noite a desabar catedrais.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Cântico(Escrito em Joinville-SC, em 01/10/2009)
Bendito és tu, Senhor
autor da voz Primeira e da Palavra_______
que o mundo inteiro inda se espanta
ao partilhares do pão com as esculturas de barro
nas quais sopraste o Espírito:
com Abraão teu amigo
antes do fim de Sodoma, quando o nascente
apareceu Fogaréu.
Bendito és tu quando através de Isaque trasladado a lã
era o Cordeiro encarnado
nos ombros tortos do Mundo
e todas as caveiras libertas:
latinas, gregas, hebraicas.
Oh tu que acendes no terraço do mundo
os candelabros do Encanto:
são formas puras, aladas
dos sete espíritos andando na cabeça do poeta
e das meninas sonhando
futura multiplicação dos corpos.
Até quando destróis a Idade dos ímpios
e lhes atolas os carros
na lama do Mar Vermelho
és Bendito, tu que antes do dilúvio
pregaste cento e vinte anos o arrependimento,
até que se fechasse a Arca,
os homens indo pro Beleléu depois.
És bendito, que através de Ti
transcendo os ínfimos limites de Mim
porque me fazes duplamente Filho,
pela Palavra e por Água,
galgando a Eternidade
quando à humanidade abriste o Verbo,
a novidade da tua Cruz.
autor da voz Primeira e da Palavra_______
que o mundo inteiro inda se espanta
ao partilhares do pão com as esculturas de barro
nas quais sopraste o Espírito:
com Abraão teu amigo
antes do fim de Sodoma, quando o nascente
apareceu Fogaréu.
Bendito és tu quando através de Isaque trasladado a lã
era o Cordeiro encarnado
nos ombros tortos do Mundo
e todas as caveiras libertas:
latinas, gregas, hebraicas.
Oh tu que acendes no terraço do mundo
os candelabros do Encanto:
são formas puras, aladas
dos sete espíritos andando na cabeça do poeta
e das meninas sonhando
futura multiplicação dos corpos.
Até quando destróis a Idade dos ímpios
e lhes atolas os carros
na lama do Mar Vermelho
és Bendito, tu que antes do dilúvio
pregaste cento e vinte anos o arrependimento,
até que se fechasse a Arca,
os homens indo pro Beleléu depois.
És bendito, que através de Ti
transcendo os ínfimos limites de Mim
porque me fazes duplamente Filho,
pela Palavra e por Água,
galgando a Eternidade
quando à humanidade abriste o Verbo,
a novidade da tua Cruz.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Chateau(Sobre o Castelo do Vinho, em Jacarepaguá-RJ)
No tempo do barão da Taquara
era caiana brancura
a curimba da malungada
rapetrês calibrino
onde manguava Inteiriça
a populaça inda cheirando a senzala:
Guardando a ferro uns gorós
pros orixás de cabeça.
Após de muito depois______
onde era Sêsma tindiba
é ver maloca de baco
assim cafofo dos Pifas
famoso em toda Cidade
O bom barão coitadim
desencarnou muito antes
e nem montando Arigó
apareceu lá prum porto
dos bons Rostos do bairro
um dos postais da Cidade,
vinhaça Amiga de sobra, calibre:
pra todo mundo!!!______
Inclusos os jacarés
e os velhos índios pinguços.
era caiana brancura
a curimba da malungada
rapetrês calibrino
onde manguava Inteiriça
a populaça inda cheirando a senzala:
Guardando a ferro uns gorós
pros orixás de cabeça.
Após de muito depois______
onde era Sêsma tindiba
é ver maloca de baco
assim cafofo dos Pifas
famoso em toda Cidade
O bom barão coitadim
desencarnou muito antes
e nem montando Arigó
apareceu lá prum porto
dos bons Rostos do bairro
um dos postais da Cidade,
vinhaça Amiga de sobra, calibre:
pra todo mundo!!!______
Inclusos os jacarés
e os velhos índios pinguços.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Madalena
Era um estranho, e no entanto
podia ser o jardineiro daquele horto.
Cheguei-me e disse:
tu que para além do Nada conheces
todos os mortos, mostra onde o pusestes.
Trouxemos mirra, perfumes.
Ele, que por entre a cortina de minhas lágrimas
dissera "porque choras, mulher"?
agora cala, me olha. Profundamente.
Quando falou de novo, apenas
disse meu Nome.
Desde então nada Mais
precisou ser Dito.
podia ser o jardineiro daquele horto.
Cheguei-me e disse:
tu que para além do Nada conheces
todos os mortos, mostra onde o pusestes.
Trouxemos mirra, perfumes.
Ele, que por entre a cortina de minhas lágrimas
dissera "porque choras, mulher"?
agora cala, me olha. Profundamente.
Quando falou de novo, apenas
disse meu Nome.
Desde então nada Mais
precisou ser Dito.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Coisa, nº 1
Ovas de origami me Açucenam
ombras zibelinas disparam vórtices
duns óculos tubérculos de feira-livre,
vida há muito descamada
do planeta-Navio_______
mais de varsóvia escombros
nos poros onde escondo a memória.
Poema a se vestir de elefante
em praça há muito báculo dos mortos,
verto nas nuvens
espora de meus tufões_________
Suncê me aguarde amanhã!!
Que eu de Lambaio
corro o mar da Bahia....
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