Então vos dou minha Sede.
Pelas estradas da noite
desço nos fins do Mar,
levanto das mãos do monstro
a criança que Fui.
Nada mais tenho
que dê, a própria vida entreguei
alçada por mãos romanas
nas lanças de Aldebaran,
mas vós seguistes
em desabar catedrais.
Vos dei meu sangue, minha carne______
e insististes seguindo Herodes,
matando as nuvens do céu.
Então vos dou minha Sede,
à espera de homens
que tenham fome e sede de Justiça,
à espera de um tempo onde os mortos
de Carajás, Shatila e de Sabra
possam morrer Enfim.
Nada mais tenho,
que Dê. Vos dou a Sede:
de Vida, Paz, Girassóis.
Sede que plante cedros
na Palestina Liberta.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Hai Karioca, nº 4 sobre a pergunta: "Tiradentes morreu...no palácio ou na praça?")
Disputam praça e palácio
a mesma forca no Tempo.
o alferes, Morto, boceja.
a mesma forca no Tempo.
o alferes, Morto, boceja.
Soneto Anoréxico(Coisança Lúdica, nº 1 - Sobre o abandono em que estava o Largo do Machado, zona sul - RJ, em 2011 primeiro semestre. Para a amiga Lucinha)
Que
Largo
Mais
Roto,
O
Rosto
No
Pó!
Tão
Sem
Pé
Mas
Que
Dó!
Largo
Mais
Roto,
O
Rosto
No
Pó!
Tão
Sem
Pé
Mas
Que
Dó!
Retrô Vade Retro(Quadrinha Karioca, nº 3)
Saudoso Monroe "morrido"
num tempo morto enterrado:
Onde bulir de milico
era "falô tá falado"...
num tempo morto enterrado:
Onde bulir de milico
era "falô tá falado"...
Quadrinha Karioca, nº 2
No Cine Íris tem jeito
pra gosto de todo tipo:
já foi lugar de Respeito,
hoje "lubrício" mais Hirto!
pra gosto de todo tipo:
já foi lugar de Respeito,
hoje "lubrício" mais Hirto!
domingo, 18 de setembro de 2011
Avenida Brasil(Hai Karioca, nº 3)
Na buraquêra das pistas
erês caboclos e o povo
se estabacando Junto.
erês caboclos e o povo
se estabacando Junto.
Quadrinha Karioca(Sobre o "Poema tirado de uma notícia de jornal", de Manuel Bandeira)
João gostoso era rei
da babilônia ali perto.
Caiu no verde merdoso
virou Rodrigo de Freitas.
da babilônia ali perto.
Caiu no verde merdoso
virou Rodrigo de Freitas.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Historiento
O negro Cipião
me fala em césares longes
e legiões que rompem redes de Ferro;
o pessoal de Cartago
quando quis Ver foi Tarde______
árvores fugiram gritando,
as que ficaram
viraram estacas e cruzes
Caronte pulou miúdo
dessa demanda assim tão fora dos talos,
teve jeito Não: malungo foi
de hora extra
o mor-Mungúbu quebrou-se
e zabelê que era doce
foi-se junto do Resto______
Espaço de várzeas, Morte.
me fala em césares longes
e legiões que rompem redes de Ferro;
o pessoal de Cartago
quando quis Ver foi Tarde______
árvores fugiram gritando,
as que ficaram
viraram estacas e cruzes
Caronte pulou miúdo
dessa demanda assim tão fora dos talos,
teve jeito Não: malungo foi
de hora extra
o mor-Mungúbu quebrou-se
e zabelê que era doce
foi-se junto do Resto______
Espaço de várzeas, Morte.
sábado, 10 de setembro de 2011
Convento de Santo Antônio, à Tardinha
Seis horas no paredão erguido
pra manter índios e jacarés
e outros hereges Fora.
De costas para os séculos XVII e XVIII
recomendados no rex
prefiro o presente século,
sol do horário de verão
pintando o Largo da Carioca.
Nem vejo as formigas de terno
sumindo onde era o tabuleiro da baiana
prefiro este amarelazul
que se transfaz Rubro à mil
e o vento da Praça XV
lavando os pelos e os poros.
pra manter índios e jacarés
e outros hereges Fora.
De costas para os séculos XVII e XVIII
recomendados no rex
prefiro o presente século,
sol do horário de verão
pintando o Largo da Carioca.
Nem vejo as formigas de terno
sumindo onde era o tabuleiro da baiana
prefiro este amarelazul
que se transfaz Rubro à mil
e o vento da Praça XV
lavando os pelos e os poros.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Sete de Setembro(Escrito em 07/09/2011, para minha Irmã Laura Pires)
Havia praças num tempo
onde as casas não eram feitas
de mortos. Olhar o céu
se Podia
(e até existia , que minha avó
olhava, e dizia: "meu Deus").
Haviam jardins e crianças
banzando soltas nas flores,
não era proibido.
Guardas municipais
ajudavam moças e os poucos velhos
a subir no bonde, os anjos(morenos, bons, brasileiros)
quase não tinham trabalho,
viviam jogando bilhar
em cima do Palheta,
na praça Saens Peña.
Homens passavam fumando
(nos ombros apenas
o peso dos próprios ternos),
inda sorriam fla X flus na rua Álvaro Chaves,
e ainda adiantava morrer.
Ninguém cuidava do mundo,
nem do algodão seridó.
Era num tempo: as noites
não anoiteciam Tudo,
haviam Estácios, Mangueiras.
Havia lá no subúrbio
o respirão da Portela. Havia a Lapa.
Hoje? Mulheres de ferro
protegem filhos biônicos
dos gases que andam queimando
as asas dos anjos
no que sobrou do céu.
Ninguém mais anda nas praças,
varridas de pó e pânico. Qualquer lugar
é a ilha de Manhattan,
já não se diz passarinho.
Sorrisos técnicos derretem flores
ombros suportam mundos,
antes privilégio
dos edifícios.
Cavamos poços de cimento armado,
morreram Tancredo e o leiteiro.
Não há mais praças,
nem girassóis,
nem Tempo.
onde as casas não eram feitas
de mortos. Olhar o céu
se Podia
(e até existia , que minha avó
olhava, e dizia: "meu Deus").
Haviam jardins e crianças
banzando soltas nas flores,
não era proibido.
Guardas municipais
ajudavam moças e os poucos velhos
a subir no bonde, os anjos(morenos, bons, brasileiros)
quase não tinham trabalho,
viviam jogando bilhar
em cima do Palheta,
na praça Saens Peña.
Homens passavam fumando
(nos ombros apenas
o peso dos próprios ternos),
inda sorriam fla X flus na rua Álvaro Chaves,
e ainda adiantava morrer.
Ninguém cuidava do mundo,
nem do algodão seridó.
Era num tempo: as noites
não anoiteciam Tudo,
haviam Estácios, Mangueiras.
Havia lá no subúrbio
o respirão da Portela. Havia a Lapa.
Hoje? Mulheres de ferro
protegem filhos biônicos
dos gases que andam queimando
as asas dos anjos
no que sobrou do céu.
Ninguém mais anda nas praças,
varridas de pó e pânico. Qualquer lugar
é a ilha de Manhattan,
já não se diz passarinho.
Sorrisos técnicos derretem flores
ombros suportam mundos,
antes privilégio
dos edifícios.
Cavamos poços de cimento armado,
morreram Tancredo e o leiteiro.
Não há mais praças,
nem girassóis,
nem Tempo.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
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