domingo, 16 de outubro de 2011

Inventário

Manhã, no quintal  dos outros.
Aqui  meus serões  costurando  noites
numa mortalha  comprida.

Há  pelo menos  dez anos
que  morro, bebendo  leite de lata
das  encruzilhadas, pensando  coxas  e seios
que   Nunca  me viram  nu.

Já  fui de  tudo, fumaça  negra  dos carros
e  cocô de cabrito,
toquei  viola  e zabumba
pra maluco  dançar,
fui  papagaio de "apóstolos"
catando  a vida em  Gramacho.

Desaprendi  passarinhos ,
hoje  faz  ponto  num  canto
necessário   urubu. Segue  o Seco
em desabar  catedrais.

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