quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Salambô(Ao amigo Luis Turiba)

               I

A sala   do castelo
Inespelhada, e deserta.
As almas
se entendem   Não.
Estão  no céu
as  cinco  musas  restantes,
junto  das   nuvens
e  do sopro  da  Virgem  Branca:
demônios  caem  do  Tempo.
Um dia    o  som  dos fagotes
virá  no dorso  dos cavalos   migradores
e serei  livre   de meus    eus    de-Baixo,
a   parte   do diabo.

                II

O   aeroporto    em    frente
acena  adeuses   lencinhos
e  dá  na gente   a     Distância:
Parece  aquela   nuvem   andante,
o   pássaro  e  a  estátua   de pedra.
Poema  corre   com  pés  sobre a areia,
um  homem  que ainda
fuzilado não foi_____

mas  que  subirá   nas  asas
de  grandes    demônios   verdes.
As   viúvas  não  recebem  pensão  
nem  sombra.

Girassóis   sobrevivem,
pulam   do quadro  famoso   cantando   um samba,
o   sol
        e   os  demais   tons
                                             de
                                                         AMARELO!!                                                                                                                                                                                     























Despacho

País.
Pirilampices
que o povo engole
como se de origem
carma  amargo  Mardito:

Andar de cara  na  bosta
assim  batã-Tietê,
morrente  o rito  de existir
decentemente ______

Lá de Brasília adverte
dona  Eliana sobre os cubangos de toga:

Tirando  três  talvez  quatro
o resto  vai  para  o inferno,
junto com a  ilha  de  Manhattan.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Festim

Hoje, véspera
do padroeiro  da cidade.
Chuva  com mais  tentáculos
cada  verão  que passa. Janeiro   ,
guaçú  de  tez  descabida
os  lábios   Ontem, 
de   Inúteis.

Pelas campinas  de  Mim
passam   xeréns  de titânio,
assobiam  furiosos
o  trenzinho  do caipira.
Jaburus  ajuntam  no asfalto  adedanhas
dum sempre  nada-Ninguém....

Hoje  mais  tenebrice______
a  charqueada  atravessa
a caratonha  da miséria  nacional:
Ogum-maré  avisa  crime,
mostra  as cuecas  do apóstolo __
os dólares claro__amarfanhados
junto  do cu.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Amendoeira(Para os sete novos)

Na sombra da amendoeira  a tarde,
e tantos  brilhos  vidrilhos
em  Maria  da Graça.


A trinca dos sete  e eu:
calderetas  enxugando  chope
enquanto  sol descabela

Destilo  imagens  carraras
junto da carne  seca,
mas  foi nas fontes  de Juiz de Fora
que pus  furdunço e medalha,
transposto  o pássaro
o fogo  e a estátua de pedra.

Por fim guampei  girassóis
trancei  batina, fagote
no  jongo  Ilê-Juremá____
serralha, caldo de gato
mais três martelos  Pitú
tirado  o tasco
do santo.

Na sombra  da amendoeira
a trinca dos sete  mais  eu
são  quatro  chamando  chope
no esboço da noite  Rente 

E o mundão  véio, Certeza____
pode esperar   lá  fora.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Epifania

Eu  visto  as pedras  do  mundo
nos  outonos em  que  Existo.

A  Virgem  Branca  aparece nos campos,
aponta  o rumo  de Emaús,
destila  o cântico  do  Hóspede.

Meus  carnavais  de Esperanto
acordarão  pianos
de um  mundo  novo  em casulo,
depois  de o  Tempo  fugir
nas  asas  de grão-demônios
armados com souzafones.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Instante

Pedra  fala de  Si
do que mais próximo
às eternidades-Minério
por onde  ventos  mais  Sônicos
andam  vestindo   Sombrância:

Inexistir-Se   ele   o  Som
onde  os  ouvidos
não  foram  Rosto, Presença...