A nuvem andante esconde o tempo
e suas cabeças de pedra. São três, como os Primeiros
que andaram à face das Águas.
Desenho países na areia, penduro meu barco
na figueira próxima. Encontro a rosa dos ventos
pintada à frente da chuva.
Mortos de todas as guerras
entoam kyries em memória dos horizontes
onde a palavra "infância"
em dialeto Nenhum, e o resto dos prisioneiros
segue erigindo castelos
nos olhos de poucos homens há muito despidos
de carne e sangue, escamaturas de ferro
e torres de morte e petróleo____
então de novo as marés andarão Pernas sobre o firmamento
e a voz de mil oceanos trará numa mão uma rosa branca
e na outra um Cristo do Aleijadinho sobre os ombros do tempo,
nuvens como um só corpo
vestindo línguas de Fogo, novos pianos cantando
o Fim de todos os dias.
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