terça-feira, 23 de setembro de 2014

Trigais(Pro meu irmão André Ben Noah, pra Flavinha Iriarte, e pro Luis Turiba. À memória de Vincent Van Gogh)

Ressumbrar o trigo,
pindaré de cada braça
mais Vida: Oxum Maré manduquício*
de primavera e ternura porque setembro
ali Rente____ nos meus pulsares-Retinas.

Tarôs retintos
de babás  passeando nas praças
onde bebês arquivados esperam dolentes
a chance de entender Caymmi.

O trigo posto no pão braceja um povo
enfim liberto dos assassinos do Alferes:
vão três marias no céu
dançando a mãe dos Torés.

Turiba imã-Viramundo voa ao planalto roncolho
armado por todos os santos
de bricabráquia Poesia: mostrar pra aécios e dilmas
que o Centro é longe dos palanques e perto da mesa
delas famílias, tangidas
por ele ebó Mascaiavo e todo Rosto: o Salvador
todo Emaús transcendendo
o trigo-Oxum disperso em  Bênção
pra toda terra brasilis:

____Tomai, comei. Isto é meu corpo, enfim de Abraço
a todos os berços  -  CUMPRA-SE .

(*Manduquício: trazente, o que traz algo)

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Zênite(Soneto Inglês, nº 42. Pra Meire Ellem)

Querida: cerca-te do puro branco
das rosas feitas de nuvens, viaja
no andor dos pássaros como tudo
que é vivo e Voa.

Deixa teus olhos de-Noite
no mais Abraço  dos Ventos:
e a luz escura mais bela
odore as pedras da estrada.

No elétrico mar de horizontes
navega o azul do Infinito
da mão de naias, sereias____
onde a Procura, o Encontro.

O mais, virá, manduco* de Altura.
Mais Pura, da mão dos Três.


(Escrito ouvindo: Andante da Sinfonia nº 10, de F. Schubert)

(*Manduco: trazente, chegante)

domingo, 14 de setembro de 2014

Valsinha pra ela, nº 2

Musicar-te, mulher: Visário

de fazer Dó, que esse alfabeto é chinfrim,
cabrunga em só sete letras 
e mais depois Sumidão
de nem meu  padim dar Ajêito.... 

Como cantar a beleza
que tens na curva amável de tuas costas, o teu olhar
de cem milhões de assum-pretos
cantáteis  de mór-Remanso
e teu sorriso levado que traz infâncias de-Novo
pra mim, bozó distroncho
vestido em pedra e  Cinzalha??

Isso pra não dizer  sagitários,
berenicências  e mais estrelas cadentes
que num delírio sinfônico pensei estender a teus pés,
depois de assaltar os tesouros de todos os mares
que Portugal deixou por  descobrir.....

Mas como diria outro bardo: Não quero nada, tetrarca
nem dinheirões nem vassalos nem taparicas nem cobres
nem furdunçós  de ouro fino____

quero Quizomba  ao teu lado, mulher
pra Sempre e mais todo um dia.




 

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Aula de Catecismo(De acordo com versão revisada por São Mármaro. Pra minha irmã Laura Pires, e pro amigo Ticiano Diógenes)

Zerá o etíope era um cabrão marombado,
magunço assim destorcido
porém roncolho de Tudo
no caxumã das ideias

achou de fácil furdunço
descadeirar os hebreus armado apenas
com sua lança
e um milhão de pirocas_____

não pôs no ebó das planilhas
certo deus(dos hebreus)
que atendia pelo nome de Javé:
o que dispois sucedeu lhes conto agora, meus zés____

Zerá o etíope nesse furdunço
perdeu cabaço, a lança
e um milhão de pirocas.
dele  inclusive.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Poema

A nuvem andante esconde o tempo 
e  suas cabeças de  pedra. São três, como os Primeiros
que andaram à face das Águas. 

Desenho países na areia, penduro meu barco
na figueira próxima. Encontro a rosa dos ventos
pintada à frente da chuva. 

 Mortos de todas as guerras
entoam  kyries  em memória dos horizontes
onde a palavra  "infância" 
em dialeto Nenhum, e o resto dos prisioneiros
segue erigindo castelos
nos olhos de poucos homens há muito despidos
de carne e sangue, escamaturas  de ferro
e torres de morte e petróleo____

então de novo as marés andarão Pernas sobre o firmamento
e a voz de mil oceanos  trará numa mão uma rosa branca
e na outra um Cristo do Aleijadinho sobre os ombros do tempo,
 nuvens como um só corpo
vestindo línguas  de Fogo, novos pianos cantando
o Fim de todos os dias.