Dentro de cada homem
tem um minino guardado. tem um caminho
branco de neve com um lampião no meio.
Tem um sítio que fica junto
dum ribeirão de águas claras
e Narizinhos e Emílias banzando soltas ao lado
de cucas sacis e caiporas(também na mente daquela minina
de veludo negro nos olhos
lá no Planalto).
É por isso que ainda hoje quando os Três vão ali
no Largo da Carioca pra olhar os ternos de ferro
puxando um monte de pernas pela coleira
não conseguiram ainda Querer
chamar trombones e tubas
tocados por capetões marombados
trazendo dos Beleléus e confins
o Fim de todas as coisas.
domingo, 8 de novembro de 2015
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Perégrinum
Sob as portadas Imensas da grande catedral me detenho,
os sete Rostos armados
da mais sinceríssima Penitência. A eternidade me chama,
qualquer parede ali me bafeja um turbilhão de séculos e suores e mortes
e mesmo os gárgulas parecem sorrir, braços abertos
e um coliseu de "bem-vindos!"
nas caras Tortas.
A praça da cidade é a mesma
desde antes do tempo das cruzadas, quando leões e cordeiros
desceram a Europa em direção aos tártaros, todos se achando Guerreiros
no embate com o dragão da Maldade_____
mas hoje a praça está quieta. O tempo, Nublário e vênteo
parteja chuvismo Próximo. Os aldeões farejam em mim
janelas amadurecidas de sofrimento,
e extensas Várzeas de solidão retrancada
na estrada onde ela vida mais xique-xiques plantou,
e não escondo os zabelês-Chorares
de invernescências desvestidas de sambas____
Mas também sabem que enfrentei - euzinho de marré-dercí
serpentes mágicas e dragões e maus ciclopes nos esquindôs do caminho,
deixando atrás de meus pernares de carne
um rastro de pedra e sangue nos olhos já vestidos de Idade,
e que afinal contemplam da velha igreja os braços da Eternidade
a se estenderem, não mais em Sânscrito ou Grego, em convincências
de caloroso Abraço - como se num repente
os braços-Árvores de minha mãe de novo fossem meu Porto,
de novo Útero, pleníssimo nos girassóis, e nas manhãs
repletas de Sêmpreres.
os sete Rostos armados
da mais sinceríssima Penitência. A eternidade me chama,
qualquer parede ali me bafeja um turbilhão de séculos e suores e mortes
e mesmo os gárgulas parecem sorrir, braços abertos
e um coliseu de "bem-vindos!"
nas caras Tortas.
A praça da cidade é a mesma
desde antes do tempo das cruzadas, quando leões e cordeiros
desceram a Europa em direção aos tártaros, todos se achando Guerreiros
no embate com o dragão da Maldade_____
mas hoje a praça está quieta. O tempo, Nublário e vênteo
parteja chuvismo Próximo. Os aldeões farejam em mim
janelas amadurecidas de sofrimento,
e extensas Várzeas de solidão retrancada
na estrada onde ela vida mais xique-xiques plantou,
e não escondo os zabelês-Chorares
de invernescências desvestidas de sambas____
Mas também sabem que enfrentei - euzinho de marré-dercí
serpentes mágicas e dragões e maus ciclopes nos esquindôs do caminho,
deixando atrás de meus pernares de carne
um rastro de pedra e sangue nos olhos já vestidos de Idade,
e que afinal contemplam da velha igreja os braços da Eternidade
a se estenderem, não mais em Sânscrito ou Grego, em convincências
de caloroso Abraço - como se num repente
os braços-Árvores de minha mãe de novo fossem meu Porto,
de novo Útero, pleníssimo nos girassóis, e nas manhãs
repletas de Sêmpreres.
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
Cantiga Malunga Iarací(Pra Danielle Ronald de Carvalho)
Era uma vez mundéu Grande,
nascido nas primeiras horas do Tempo,
pela palavra dos Três.
Houve tarde e manhã,
e um céu Inteiro pras nuvens
andarem de bicicleta, e brincarem - se muito gordas de chuva -
de orquestra de trombones.
Os primeiros jardins
banzavam dálias gigantes
sobre tua cabeça adormecida. O espelho das largas águas
pariu semblantes de teus nove rostos, todos com olhos
da cor da noite mais Linda_____
igual tua mãe
e tua irmã, formandas na turma
das primeiras fadas. Mas...
muitas eras Depois
vieram os homens com seus automóveis
e cogumelos gigantes, vestindo ternos de Pedra______
ó cintilação matutina
do Hóspede que brota detrás da porta
pra julgar os vivos e os mortos!
nascido nas primeiras horas do Tempo,
pela palavra dos Três.
Houve tarde e manhã,
e um céu Inteiro pras nuvens
andarem de bicicleta, e brincarem - se muito gordas de chuva -
de orquestra de trombones.
Os primeiros jardins
banzavam dálias gigantes
sobre tua cabeça adormecida. O espelho das largas águas
pariu semblantes de teus nove rostos, todos com olhos
da cor da noite mais Linda_____
igual tua mãe
e tua irmã, formandas na turma
das primeiras fadas. Mas...
muitas eras Depois
vieram os homens com seus automóveis
e cogumelos gigantes, vestindo ternos de Pedra______
ó cintilação matutina
do Hóspede que brota detrás da porta
pra julgar os vivos e os mortos!
domingo, 1 de novembro de 2015
Prece dele São Mármaro, pelos homens Descalibrinos(Para ser lido ouvindo "O Magnun Mysterium", de Morten Lauridsen. Pra Gabriela. E pro Luis Turiba)
Senhor do Mundo, tu bem conheces
minha caveira e a pele que visto
por cima dela. Neste momentuum
em que dragões Inauditos mais lusco-Aparescentes nadejam,
os pés gigantes pousados nas cabeças de toda carne
deixando um rastro de Pirescências e enxofres, aqui humilde apresento
meu rascunho - quiçá esboço, cambaio embora
de Prece______
Tu que desde as primaveras-Auroras
de um mundo que já foi livre de erínias e maus caboclos
assistes à candência do bicho-homem, rapetês
escadaria Abaixo, onde arde o lago de setenta vezes sete Infernos,
Vós Três meu Deus, lembrai de vossa graça Infinita
que fez Abrão não precisar sacrificar Isaque, e hoje o mesmo tom de Calvário
mais e mais cresce nos horizontes: se não fizerdes aparecer
um meigo cordeirinho branco
por entre as árvores de nosso grão-Descalabro,
nem mesmo a Virgem será capaz
de embarreirar os Beleléus candongões que vão subir pelas cacundas
dos homens cornos escrotos
que inda persistem em maltratar a Mãe-Terra e nós, bichos pensantes ou não,
todos num mesmo carma de tripulantes deste Planeta-Navio
que aparelhaste deste que teu Espírito
pairava à face
das Grandes Águas - atrás das cortinas do Tempo_____
Senhor do Mundo, meu Deus! Vós Três
achem por Bem considerar esta prece
que nauseado ofereço, por meus Irmões bichos-homens, haja de-Novo
no céu de nossas retinas a pomba branca açambarcando um raminho
de verde e tenra oliveira junto de anjinhos murílios, dizendo aos ventos, aos fogos
aos ares e às águas que inda haverão sóis Nascentes,
pros homens de novo Teus, de novo Infantes, de novo Adâmicos sem cremalheiras de Cobras,
brincando às margens do Estige
novas manhãs Sempiternas.
minha caveira e a pele que visto
por cima dela. Neste momentuum
em que dragões Inauditos mais lusco-Aparescentes nadejam,
os pés gigantes pousados nas cabeças de toda carne
deixando um rastro de Pirescências e enxofres, aqui humilde apresento
meu rascunho - quiçá esboço, cambaio embora
de Prece______
Tu que desde as primaveras-Auroras
de um mundo que já foi livre de erínias e maus caboclos
assistes à candência do bicho-homem, rapetês
escadaria Abaixo, onde arde o lago de setenta vezes sete Infernos,
Vós Três meu Deus, lembrai de vossa graça Infinita
que fez Abrão não precisar sacrificar Isaque, e hoje o mesmo tom de Calvário
mais e mais cresce nos horizontes: se não fizerdes aparecer
um meigo cordeirinho branco
por entre as árvores de nosso grão-Descalabro,
nem mesmo a Virgem será capaz
de embarreirar os Beleléus candongões que vão subir pelas cacundas
dos homens cornos escrotos
que inda persistem em maltratar a Mãe-Terra e nós, bichos pensantes ou não,
todos num mesmo carma de tripulantes deste Planeta-Navio
que aparelhaste deste que teu Espírito
pairava à face
das Grandes Águas - atrás das cortinas do Tempo_____
Senhor do Mundo, meu Deus! Vós Três
achem por Bem considerar esta prece
que nauseado ofereço, por meus Irmões bichos-homens, haja de-Novo
no céu de nossas retinas a pomba branca açambarcando um raminho
de verde e tenra oliveira junto de anjinhos murílios, dizendo aos ventos, aos fogos
aos ares e às águas que inda haverão sóis Nascentes,
pros homens de novo Teus, de novo Infantes, de novo Adâmicos sem cremalheiras de Cobras,
brincando às margens do Estige
novas manhãs Sempiternas.
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