Senhor do Mundo, tu bem conheces
minha caveira e a pele que visto
por cima dela. Neste momentuum
em que dragões Inauditos mais lusco-Aparescentes nadejam,
os pés gigantes pousados nas cabeças de toda carne
deixando um rastro de Pirescências e enxofres, aqui humilde apresento
meu rascunho - quiçá esboço, cambaio embora
de Prece______
Tu que desde as primaveras-Auroras
de um mundo que já foi livre de erínias e maus caboclos
assistes à candência do bicho-homem, rapetês
escadaria Abaixo, onde arde o lago de setenta vezes sete Infernos,
Vós Três meu Deus, lembrai de vossa graça Infinita
que fez Abrão não precisar sacrificar Isaque, e hoje o mesmo tom de Calvário
mais e mais cresce nos horizontes: se não fizerdes aparecer
um meigo cordeirinho branco
por entre as árvores de nosso grão-Descalabro,
nem mesmo a Virgem será capaz
de embarreirar os Beleléus candongões que vão subir pelas cacundas
dos homens cornos escrotos
que inda persistem em maltratar a Mãe-Terra e nós, bichos pensantes ou não,
todos num mesmo carma de tripulantes deste Planeta-Navio
que aparelhaste deste que teu Espírito
pairava à face
das Grandes Águas - atrás das cortinas do Tempo_____
Senhor do Mundo, meu Deus! Vós Três
achem por Bem considerar esta prece
que nauseado ofereço, por meus Irmões bichos-homens, haja de-Novo
no céu de nossas retinas a pomba branca açambarcando um raminho
de verde e tenra oliveira junto de anjinhos murílios, dizendo aos ventos, aos fogos
aos ares e às águas que inda haverão sóis Nascentes,
pros homens de novo Teus, de novo Infantes, de novo Adâmicos sem cremalheiras de Cobras,
brincando às margens do Estige
novas manhãs Sempiternas.
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