quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Estudo para os 50 anos de Brasília quase seis anos depois(Petit Poema Sinfônico, para orquestra. Para a amiga Ana Lívia, e pra Gabriela)

Eu vi no céu muitas árvores -
mansões Azuis gigantescas - graças ao
girassolzão de Van Gogh
ali na meiúca do espaço - extensura
de se acabar mais de Núncaras_____

daí pianos-Vastins bordejam num fuzuê
junto de beija-flores, zunzúrio
à volta dos ipês da estrada,
e bailam por setembro Inteiro nas praças,
varzerões do cerrado.

Vi as pernas paranoás
do lago imaginado na prancheta de Oscar,
e na margem era sábado:
pés de minino avoando
asas de rabiola.

Vi todo Encantário dessa história, desde
aquele padre fantasma
que disse ao cara do Peixe Vivo
umas fuzarcas que mais uns tempos dispois
foram Notícia no mundo_____

não acredita? Pergunta lá pra minina  - aquela
de rosto-Jambo, e coisa-preta-bunita
nos olhos que abarcam Mundos -

ela, Pastora de Nuvens -
bengala mágica nas mãos de Iara -
vai te mostrar que: apesar dos flagícios,
dos generais e dos tanques
que andaram lá pintando ebós e o diabo,

Brasília é muito a nossa Stalingrado,
a flor do Carlos que brotou no asfalto
mandando às favas a náusea,
o nojo a dor o Sangrume_____

desde abril de 1960 nascendo todos os dias
verdamarela à luz do céu profundo.


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