Manhã de novos soprares, dois mil e dezessete deles
sobre a cabeça das nuvens.
Tons de rubro descem a copa
das árvores. Alguém sopra
as últimas estrelas. Mais uma vez se adia
a volta do Cristo das gentes,
os Três vestem de azul
esta manhã.
Pássaros sacodem guizos
enquanto assoviam oboés. Pelo teu quarto
estátuas de pano bocejam,
esticam os bracinhos, à espera
dos teus olhos negros.
Ao longe o mar se espraia em línguas do P
enquanto sonhas com pés de Vento,
e teus lábios sorriem_____
cinquenta demônios verdes caem duros,
transfeitos em pedra.
No céu poucas nuvens
andam de bicicleta, São Pedro
deu folga aos trombones, cá no jardim
girassóis que plantamos juntos
retomam a dança interrompida.
Olho teu corpo 'inda adormecido:
a linha do horizonte abraça a vida
que ainda não Sabes. Tempo de semear
pianos nos jardins do Mundo_____
pois somos dois espíritos moços
que andaram nas caravelas
e na cabeleira dos ventos
despenteando elas árvores. Em Ouro Preto
os anjinhos barrocos do Aleijadinho contemplam teu rosto
(a Virgem te surrupiou um retratim), apaixonados todos,
doidinhos pra se desfolharem
no teu colo.
Nesta manhã caminharei de Volta
para teus braços, onde homem e mulher
são UM______
onde subimos escadas
de tapetes submarinos
até que o céu e a terra se abracem
num grande aplauso de fogo.
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