Pensão burguesa em Jacarepaguá.
No jardinzinho as espreguiçadeiras
com gente derretendo em cima,
como os relógios do catalão Birutê
aliás ali na parede,
corredor de entrada.
As flores fucham remurcham
conforme os dias-estirões sem chuva
(São Pedro anda esquecido
de abrir o registro). O velho que traz o leite
é o mesmo cara
que foi um dia o moço do leite.
A estrada velha
(a mesma dos condôs de tropa)
hoje tem nome de mário
e nela as pernas brancas nêgas amarelas
surfaram bonde nuns anos cármicos
pra mais de Metro, no tempo
do retrato do Velho.
Hoje bonde num Tem,
num tem mais choro nem vela,
Getúlio em pose não mais
que o samba é só Rabichança
pelo operário sem-dedo
e o novo tanto de gente
dum tempo agora Malungo.
Mas
a pensão Continua,
solene velhusca Viva
no arrastapé da procissão Carioca. Querendo,
te levo lá.
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