sexta-feira, 14 de abril de 2017

Rabisco de Oganindés(Dedicado ao Túlio Cecí Villaça)

Madrugada de onze de abril. O pesadelo 
é o mesmo de Sempre - começa
por um friúme no espinhaço do espírito -
certeza da Infinitude
dela ilha de manhattan. Depois 

é aquele planalto - verdamarelo, gigante -
roído por urubupungás que desarandam na porta
das caratingas, e dona esperança 
é toda Passado, que nem educação 
no bom tempo dantanho__________

quando era Flor o alúmio nos zóio Tudo e os generais 
só montavam cavalos de quatro pernas. Não havia
câmara em exercício, e os versos do poeta Grande 
não vinham nos jornais como galhofa.

Os rios ficavam lá embaixo, no fundo das pontes
e não chamavam ninguém 
pra ver misteriosos carnavais.

Hoje - e este "hoje" vem durando um tempaço -
os urubus tripumbam pungás nas casas de
quase todos, os horizontes não há quem deles 
se achegue - andam enrolados nos carretéis 
do São Nunca, certamente o santo
mais Odiado no calendário 
dos credos todos________

olhando pra riba e em frente 
o lugarzim da chegança - há muito se Sabe -
é o Mêrmo descoberto pelo Raul
na fórmula pluct, plact,
zum.

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