terça-feira, 14 de junho de 2011

Pripyat(Dedicado a minha Irmã Laura Pires)

Cidade de Pripyat num qualquer canto
do  Século, a escorrer nos relógios  derretidos
estrada  para o Silêncio.

Flebas o fenício  agora  canta
sobre a terra sem vida
um som difuso de violino e urânio
enquanto as filhas  dos homens
transcendem nos semideuses,
e a terra  se encheu de violência.

Noé vestido  em cobra coral
solfeja as notas do aguaceiro próximo .
Então sorrisos, risândolas_______
Apenas  um vapor que vinha dos primeiros Três
regava a face da terra,
mundo nunca chovera.

Então na porta das cidades
homens  seguem  tirando sapatos
e produzindo lavouras, gado
mulheres  acendem  Luz
de um povo gigantesco.

Arcanjos num remeleixo
plantam barcaças grandes_____
mas os ouvidos são de pedra e cal,
rostos de ferro e diamante

Quem tem  ouvidos
não desça  a tirar nada de casa
quem tem dois ternos que venda,
procure  espadas, escudos_______
e fuga  à frente do  Inverno.

Talvez  encontrem  José
num ponto da estrada  pro  Egito
(Herodes se viu  num lôgro
e o índice  bovespa  andando  em queda este mês)


____Não tem mais  Onde,  Narizinho!!
Primo Visconde conta as estrelas no céu
sumiram todas, sobrando aquela serpente
que iluminou de morte o céu da Ucrânia.

Flebas  tão triste
em voz de urânio anda chovendo pro  mundo
o que os altares e deuses
serviram ao povo de Pripyat
em madrugada cinzenta
num já  século quase  esquecido

Se hoje ouvirdes a voz que  Fala
não fujam pra dentro de si mesmos_____
Ainda lugar existe
na grande barca dos santos
enquanto os homens  acumulam  trombones,
enquanto os homens seguem na violência.

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