sexta-feira, 29 de julho de 2011

Duas Águias

Noite. Meus olhos sobem montanhas
até a janela do quarto, serafins chegam com sopros
do fim do mundo
três estátuas em pedra tangendo os cinco sentidos,
pianos  sobre a Memória.

Desço até o mar
com as polaróides  restantes
já não possuo boca pra chamar o  Vento,
virei josés comportados
depois da última anistia______
lembrei que pus navalha no prego,
agora um grito de espanto
emparedado na garganta profunda.

Ninguém mais a falar nas guerras
e que Varsóvia  massacrara isaques,
já não dava manchete. Mundo próximo a queda
chegando com unhas de tango
e braceletes de  Cobra.

Mulheres de vidro  preparam  dilúvios
em caldeirões gigantescos,
com cinzas, corvos, petróleo
pernas de sapo, delfins______

Subo do mar, junto o  Mundo:
mais sete cabeças dez chifres
arnês de bronze, brasões,
só resta mesmo pras rezas
tocar um tango argentino
depois de todos os relógios.

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