Noite. Meus olhos sobem montanhas
até a janela do quarto, serafins chegam com sopros
do fim do mundo
três estátuas em pedra tangendo os cinco sentidos,
pianos sobre a Memória.
Desço até o mar
com as polaróides restantes
já não possuo boca pra chamar o Vento,
virei josés comportados
depois da última anistia______
lembrei que pus navalha no prego,
agora um grito de espanto
emparedado na garganta profunda.
Ninguém mais a falar nas guerras
e que Varsóvia massacrara isaques,
já não dava manchete. Mundo próximo a queda
chegando com unhas de tango
e braceletes de Cobra.
Mulheres de vidro preparam dilúvios
em caldeirões gigantescos,
com cinzas, corvos, petróleo
pernas de sapo, delfins______
Subo do mar, junto o Mundo:
mais sete cabeças dez chifres
arnês de bronze, brasões,
só resta mesmo pras rezas
tocar um tango argentino
depois de todos os relógios.
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