domingo, 30 de setembro de 2012

Gares(ou "Filé à Oswald")

INFÂNCIA

O Méier
As rolimãs
O picapau amarelo
No Sarriá, chororô


ADOLESCÊNCIA

Aquele amor....
foi  NUNCA.


MATURIDADE 

O fagote
O verso, Avesso
20.000 ceps funâmbulos 



sábado, 29 de setembro de 2012

Poslúdio

Mundo, por tuas praças  retintas passam mercês
vestidas em quarta-feira,
seguindo  gosto de Luto
após a morte das flores.

Desandam pontes  sobre  céus
já saturados pelos edifícios,
segue apagada  a lamparina do Encanto
nos anjos  mortos desde  o grande Crepúsculo
já tênue  nos baroléus  da Memória,
onde repousa  Emaús
em velha estrada  emboaba.

Coelhos dançam num sânscrito
teu calabouço  de cinco taças, Mundo,
Caronte  espreita por trás
de espelhos presos  nos olhos,
e nunca mais  os túneis
darão canções  da Manhã
para as milhares de sombras
despidas de mares, Intermináveis
um dia.

Três  águias  recolhem  os homens
de sobre as horas  Restantes_______
a Virgem Branca  apaga  as últimas  árvores,
entre o silêncio dos telefones.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Nevoências(À memória de Mário de Sá-Carneiro. Para Gabriela)

Esboço de sol, Longínquo
esbarra nas janelas
dum todo-Outono  agora em  Cerne
de  Mim, folhagem
órfã de  árvores  Extintas....

Onde choveu pela  noite
assim será de manhã_______
nas avenidas  um destrambelho
de um tráfego  formado  pelo sangue
dos Santos, onde  no céu
perdeu-se  a estrela  de  me  Encontrar....

São  mais  esteves-sem-metafísica
as cabeças  decotadas  de seus  Jardins,
andando  em roupas  de mármore
por sobre  pedras
onde  um grito: Silêncio.

Cidade dos Homens(Para o amigo Erick Moraes)

Cidade dos homens:
O calendário  vestido
em quarta-feira  e  Cinzalha.

As avenidas  fumam petróleo enlatado,
pescoços braços e pernas  batem  cabeça
num trânsito  regido
pelo dragão da maldade.

Quando anoitece
várias  estrelas  faltam ao trabalho
(vento sopra uns trombones de chuva Próxima)

e os trens  retornam para os  subúrbios
levando  quem  não se acaba de  Morrer.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

República(Poeminha-Piada, e dedicado ao amigo Luis Turiba)

Seu  Dodorão  marechal
era talvez o cara mais  império
de la  paróquia(pelo menos assim rezava
a cartilha  do Barão da Taquara,
na terra dos  Jacarés).

Pois  Dororão  marechal
juntou  carnês cabedais
mangou dos laços  mais  fundos
e dos tratados  de compadrício:

Correu  com a  laia  azulada
dos  palacetes  reais
sentando  pau  nos cabraques
armando  cama  e Furdunço
pros  outros  mais marechais

Do  imperadô depois  do  sossôbro
num sobrou  isca  de barba______

A história  entrando  no pé  do pinto
levando  junto  a maravalha toda.  

domingo, 2 de setembro de 2012

Aruandá

Omada-yá.
Cabeleirices de Belesfaura
a se esfumar no poente
pós  um crepúsculo no Alemão,
onde as crianças  Dormem pela primeira vez
em cento e vinte anos de república.

Adiante  no Vidigal:
Um vaso rosa  Aparece  no muro mais alto,
ainda  à espera
dos  girassóis  de  Setembro. Pelas  vielas
a gira das assembléias  -
Omada-yá  - pretos velhos sacodem  pombas
à espera  da moça  de guarda-chuva
andando entre as palmeiras  do Império
a bolsa  azul  trazendo  estrelas  filhotes 

futura  estrada  onde  os  cavalos  do  Hóspede_____
  exércitos  pro  fim do  mundo:

Omada-yás  obladás
de enfim bandós  de Aruanda.