"Os sonhos que rabiscam velhos mares não são mais daquela finitude antiga;
e ser, nesta meia-hora, é descascar sem muita pressa, é interpretar nuances de magia"
(Ana Cristina Cesar)
No bosque antigo o mês setembro
por Tudo. Noite alta já.
Três mulheres de pedra
vigiam-lhe os passos
desque de Emaús chegaram novas do Hóspede.
O ar como que enchido
em grandes poços cabindas,
no céu por sobre a planície
ela Senhora, a lua negra.
As três mulheres de pedra dançam a Roda,
gargalham em seis idiomas
grandes árias do Êxtase.
No bosque antigo a primavera Chega
montada em coches de bronze
sobre a largura da Terra, os mapas todos
nos vagalhões da Memória:
homens caem do tempo.
(Imagens: Três mulheres nuas, de Ismael Nery. E pintura de floresta à noite)
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