Esta noite te Encontro
junto às areias, num dia
em que libriões pneumáticos
andaram sob um céu de bronze
com girassóis e urubus, passando a tarde
entre a cabeça e os braços da Estátua,
após subirem nus o corcovado.
Desfolho dálias gigantes
sobre teu corpo, junto às areias
dum solitário mar de coral,
enquanto assamos os peixes
e os cinco pães, à espera do Hóspede.
Vemos poemas nadando ao longe
e tu me lembras dos nossos
andando sobre pianos,
quando as nuvens nos serviam de alimento.
Hoje esperamos a Virgem
trazer nas asas o fim do mundo
e enquanto isso
andamos na máquina do sonho
sobre tapetes submarinos.
(Imagem: sem título, de Salvador Dalí)
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