"____Debruçado à varanda/que enxergas no horizonte?
____Órfãos, loucos, aleijados/em carros tintos de sangue, cegos guiados por cegos.
____Que enxergas mais no horizonte?
____Vejo a morte graciosa."(Murilo Mendes)
"Eu preciso destas palavras. Escrita."(Arthur Bispo do Rosário)
Os hômi Môrto - descôche, puto, cambóta -
nóis Semo. Jacinto
em fuso de Tudo: maravalha e morte,
entrós os Côbros
dos esperantos mais Sepultura.
Nós somos o reverbério
de erês-Infância defuntos,
roncós de trevas
a retinir desde o assassínio do Alferes:
Eli Eli
sabactâni lemá!! Fulgência em Nada a Mara cor
descalça há tanto dos verbos que no Princípio
andaram léguas no rosto dos primeiros Três...
e novamente a Terra se encheu de violência
e num contínuo é mau todo o desejo humano___
à Véra o rapaz morto em cós-Dilúvio na sala*
(carpideiras junto de Antélia, mulher de Ló):
nóis semo os Môrto já falava seu Ínston*
no reverbério
lá n'Oceânia daqui di-Mêrmo,
onde nas portas janelas salas pernabandeiras
e lá no Dentros dos hômi
riba e leira: mil novecentos e oitenta e quatro
des-quizombando por Tudo_____
Dies irae, dies illa,
solvet saeclum in favilla.
*(Ver poema "Improviso do rapaz morto", de Mário de Andrade)
*(Ver "1984", de George Orwell)
*Salvador Dalí - Metamorphosis of Narcissus (1937)
Nenhum comentário:
Postar um comentário