sábado, 1 de dezembro de 2012

Soneto Inglês, n.º 36("Hermético" - À memória de Mário de Sá-Carneiro)

Um súbito rumor resvala Prólogo às carnes,
em corda vaga e nela a Noite
às orfandades mais Fala, escada Falsa,
 Gira  de tempestade já nas Portas.

A chuva que me Espaça faz delas tardes
um Credo, onde  escapes impensáveis
mais arfantes  Aparecem, súmula e Foz
do Invério onde em Revés a cor.

Pensei nuns sonos mais Fáceis,
que fossem rosto onde os prelúdios
estendessem Forças e no cais
fulgisse um som de sol Restante_____

Onde manhãs bem longe das Tardes
setembro  Inteiro pelos olhos Todos....


( Primeira versão deste soneto foi escrita na tarde de 20 de agosto de 2006, um domingo, no bairro de Olaria,
num bar perto do restaurante Rainha das Cinco Bocas. Fazia sol, mas antes das 16 horas o tempo
fechou e um temporal entrou de sola ali nas quebradas. Eu lembro que estava tomando uns chopes enquanto escrevia. Vale lembrar que este é  meu primeiro soneto "válido", e foi escrito sob um tremendo impacto causado pela leitura de uma antologia poética de Mário de Sá-Carneiro, um livrinho de bolso da Agir Editora  -  antologia coordenada pela Cleonice Berardinelli)

Nenhum comentário:

Postar um comentário