sábado, 14 de dezembro de 2013

Soneto Inglês, nº 70(Desentranhado a partir de original de Constanza Muirin)

Dizias: "luz" -  e eram funéreos jasmins a
resvalar nas araucárias do Sono,
sabido em cores  de igual Jacinto,
Adulto em toda a mão-Desespero.

Dizias "sangue": sobre pontes  Sepultas
eram condôs de chuvício a mais  de
cadernos por revisitar, trancadas
quaisquer janelas por onde entrassem

solárias vozes que talvez manhassem
teus pés de Essências, e corredores em
silêncios-Búzios: era esse espectro
inda não posto  em melódias, esferas____

agora várzeas tão mais Crepúsculas
que não Disseste quando a noite vinha....

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Paisagem Cânha, nº 6(Empós os ouros Geraes. Pro Luis Turiba)

Barrança
de erês-Cutuba pluridelgados ver elefantes pernaltas
do catalão birutê:  

No valerão paraíba -
passário de tropa um dia -
cidades Mortas
pós esperantos del rey
cabrados  no sem- fim do império,
ipês-barracos  de Barro, diafanícios
mais perobas  Jacintas, fubango
do capiroto_____

todo um mundéu desses ouros
de Aqui  deszabelê  e Cheirume, calvário
do alferes  - morto -
ebós-Marília:
defunta.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Soneto Inglês, nº 69(Desentranhado a partir de original de Constanza Muirin)

Intui a claridade que as sombras dos troncos
coagulam pelas Esferas  -  serenidade
florestal Poente escriturada à fonte, e
não fulguram quadrados-Sóis pelas retinas

do animal repleto de penas. Ao lado,
à noite, respira o musgo oblíquo do Sono
com seus azúleos caminhos de folhas onde
se perdem os poemas, estátuas que pesam

na voz Outônea, também Solstícios que as bruxas
dançavam com a maternidade nos dedos,
os mapas mor-Luminância: fundamentares
nos fogos a estenderem garras nas árvores____

tudo um bailo de Síncopas e sons e sêmens
no relicário da noite imposta, Muíria.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Tetris(Soneto Inglês, nº 68. Desentranhado a partir de original de Constanza Muirin)

Escamaturas onde uns olhos fermentam
escadas Zéfiras sem lei nem Pontes,
onde era a pele a me entranhar desertos  -
veias claras tingindo em Hora as areias....

mercês-Idade: um cavalano de
pátios ver lusco-fósforo  Extinto,
depois  Silêncio, noitidão mais vasta
que alfazemada se come entre Espelhos____

porque vigindo em deuses plenos de
Barro e dez crepúsculos vestindo
indícios onde os manhares  Nevoam:
demais  a pele a me entranhar desertos....

a morte____ Andária, sobre a cabeça,
dependurada, e cheia de árvores.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Soneto Inglês, nº 67

....o pavimento Madura
um bailarino perfume.
Três luas gordas Cantigam
os iribós desfraldados  -

modício  -  odara Inteira.
Entre manhuns e poréns
ninguém desbasta alcantis
armado em pembas de asfalto.

O pavimento  -  onde piso:
erês-Moldura de perfumolências
em régia Dançometria. Problema
pras Não-pessoas, sempre tão duras

de espinhaço e pescoço. Sem cores
e caborés, num desenrôsque  de Infâncias.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Mundéu(Versão soneto inglês, nº 66. Para Constanza Muirin)

Tarde. Mundo passa,
carro-de-boi, nas Cinco Salas:
gente voa, Pássara,
no chão da vida.

O canto do trem de ferro
inda agorinha Minas.
Carquejo de Cambuquira -
as águas Mágicas,

'calanto das nuvens
onde Esperanto____
desvão de Mim,
também Mundéu,

Quissamã
de  Amanhãs.

Esboço a Carvão(Versão soneto inglês, nº 65)

Marrano em foz-Navegança
as naus pastoras em gestas de nuvens,
que o sentimento da  Chuva
um cachambi, de tão Sonhos....

em vés talvez:
que ultramarina a moça grande
aquele som das Geraes
nos ouros do apogeu de Então....

erês-Brasília foi toda a terra planalta
que meu pai viu quando na casa da ponte
onde mil céus de Goiás
na voz demais Coralina

girão de Aléns os meus sonoros junhos,
eu de bantós ver Guaxim.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Cartãs(Ao amigo Ticiano Diógenes)

Saber das cartas se meus ressaibos
voejam inda barões  Macanudos
e mais de trúpias Carnálias:

____ Eu gostaria, mas os roncós
das previsões andam magrins de Açúcar,
inaudiências à Toda:  formação
ver desfile  sete-de-setembro....

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Mundéu

Tarde. Mundo passa,
carro-de-boi, nas Cinco Salas:
gente voa, Pássara 
no chão da vida.

O canto do trem de ferro
inda agorinha Minas.
Carquejo de Cambuquira -
as águas mágicas,
'calanto das nuvens
onde Esperanto____

desvão de Mim
também Mundéu, Quissamã
de Amanhãs.

                                              (em 25 de julho, 2008)

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Esboço ibó ver Escuro

Todo um Sonhário
lonjura  de mim-Menino:
 rocilho  assim Descabraque
' sse arremê que respiro....

Me suicidam desfolhes
de parangués à solta nos baroléus
onde ombros nus de Retrato,
meu rosto
de não-Revólver,
 noites brancas de Susto....

Relumes
de sempre Nuncas: azuis-Mulheres em vão
rezando pra mode uns lúnios
quezim de  Cor, mas capirotos-Delúbios
com dedo Torto: 

uns fuzuês 
 não-Jardins, meu quarto Só:

___esboço ibó ver Escuro.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Soneto Inglês, nº 64(Para a amiga Emanuela Helena)

Mundo-Caim, quéde Amarildo?  - 
 perguntam os Três enquanto o resto dos homens
 imola as últimas árvores, não vendo
 o tiro no pé, nem as bocas do inferno

com seus mortos num Quizumbró  -
lembrança Amarga de um mundo
que deixa os homens sem  Rosto
antes da mão do Carrasco.

Na mesa Antiga de pedra secaram
os braços de Mar, dragões dinamitaram terraços  -
levavam ao coração do Hóspede  - hoje as palavras
estão na boca das armas, são cais desertos

o que ainda gritam os altares. O mais: barrício
  de erês-Culturas  Jacintas.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Soneto Inglês, nº 63

As nuvens: aimaras enormes,
parecem saber meu Nome.
Agosto dança as marés 
mas vi, Senhora, a lua negra.

No bosque antigo as estrelas
plantam mandioca na terra,
fertilizam mulheres
sob a largura do tempo.

Esferas e ampulhetas dançam
a semente do poeta futuro.
O filho pródigo despenteia horizontes,
abraça o amigo, o inimigo

lanternas de fogo nas mãos:
estrada  para Emaús.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Petrékio(Soneto Inglês, nº 62, à memória de Antonio Petrek, pintor paranaense)

Cidade dos homens: vi as horas 
andarem ruas inteiras
querendo aboio dos pássaros,
atrás de espelhos-Mistério.

Nuvens cambonam raios,
falam trovões sobre os ouvidos
já fartos de politices,
desabam tardes sobre edifícios

e sobre os carros  despidos
de seus cavalos. Vi centauros e peixes
apagando o sol, deixando a sala 
 (em silêncio), a própria música

dormir no fundo dos Mares,
na cidade dos homens.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Futúrio

Tésis: erês-de-Homem
quaisquer  -  isso demais  Certezura  -
já podem  Vênias
com a morte despois
de se Plantarem num filho.....



Soneto Descavernoso( Soneto Inglês, nº 61)

Quando nasci, meu mundo cabia no
Méier. Alguns mandaram presentes, o
anjo torto, Inclusive. O tempo
era Carranca em Brasília. Entonces

foi nesse imbró que me Vim. Depois cresci,
caxanguei. Toquei piano, batina,
mais violão e punheta. Não me casei,
não morri. Não fiz nem filho nem grana,

sei javanês-Urutu. No carnaval  -
Portelense  - no futebol Tricolor.
Também  já fui carbonário, pra nunca
mais ver tenórios  -  sejam tucanos ou

sapos. Trabalho o Som das palavras,
e espero  Adormecer  (bem) Sorrindo.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Curtim(Para a amiga Lucinha Ramos)

Poemo.
 Aos mais navegantes
'sse Lembrê, curtim:

Pra riba
de enflorescência, de 
malazártia por dentro
das Cinco Salas da gente,
mode maior a quizomba:

ocês,
Poemem-Se .

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Capim

....de  cacorés  e outras formas
de coração Derrancário, flor que à vera
Capim depois de litros de sonho darem costados
no raso morto da praia, jacírias 
de horizontares e outros chapins-Esperança
ver quinze mortes___
 mais  telhados Nenhuns, garrancho:
  de inás-Garoa por Tudo,
erês amargos, pau-ferro
de sempre Nuncas.







Fraia

' Manhece. No céu por cima
a máquina de nuvens. Trombones
solfejam kyries enquanto as folhas das árvores
escancarança mil bocas
(antesalas da ceia,
ali Rente).

Meu quarto
quatro braços
para o quintal, terra escura não Sabe
mas o fartum
do aguaranzéu zanzário em foz de Cheirume____

Derranquidão na cinzura
com gosto de zinco e morte
que travancava espinhaço
os olhos alma num Tudo
quando o relógio
inda era quinta
e tantas horas de choro....

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Estudo em forma de Sono, nº 4

Estavam num mesmo lado(o Esquerdo, chave do peito)
a casa antiga o quintal
o pé de rosa-Minina que parecia esses bonsais -
modês hoje em dia ....

No mesmo lado ela chuva
que desde sempre me foi Manhã
mestra de meus levares
mais Vóaros junto de  portas que sempre abriam
pra corredores  em cima d'água____

as caravelas  que foram Longe
levando todos meus Eus
prum mundo-Sono,
desTempo....


Modício do bungo Só

                                           "o mago sem condão, o Esfinge Gorda..."(Mário de Sá-Carneiro)
Entonces vida, medrária:
de  malaugúrio, parca
de Norte, prenhê
desse modício do bungo Só
que levo nos lábios____
secos Nenhuns

espúria nos barrancês
do que primeiro vira
carlos magro e ' fajeste:

hoje se beija amanhã não
dispois druminga
e na segunda ninguém sabe
o que Será

entonces troncho o luxeio
onde Mim: esse gepê gorduroso
que Nunca não viu mulher
em pêlo no quarto virgem____

medrária a vida, eu disse:
de merdassanha  futunda
inútil, mória____

___ Fidida.

domingo, 6 de outubro de 2013

Cais de Agosto

Um cais
de  Agosto onde os perfis
são ferro tresandando Escuros
e mais finais de horizontes.... no rosto
Nébulas onde restara em cor um sopro
das últimas cores em dança....

escape mais Impossível
das órbitas onde trezentas Mortes,
os portos falam de Séculos 
sem voz de lídias, joões
nem tranço de Passaredo____

um cais
nos breus-Profundura,
vão-se Embora meus braços.
                                                (02 de outubro, 2006)

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Serra do Meio

Pra longidão onde ela Serra do Meio
uns tantos de jacutinga,
berço de Cangerê , pedra
de tôco.

Longe que os olhos  Sonham
andando de Pés na chuva:
eu tão descalço, e depois
café com bolo,
 casa velha da ponte.

Os sabiás: bulício que Só
enquanto as nuvens 
tantra bom de cinzalha____


depois da chuva quem sabe
volte à mata mais funda
onde seo Pai do Mato: causos 
de boi-dormir
e outros caldos de goiaba....
                                              (1º de agosto, 2008)

Poeminho(Para Axa Paula)

Queria era você
trazida à essência mais Simples: Mulher,
e pronto. Assim  jasmânia de Flor
como as ruas velhas do Grajaú
nas tardes de chuva em janeiro....

te vendo Nelas então____
um caso de ponto-cruz
com as gotas da chuva na cara da gente....
                                                                      (11 de fevereiro, 2007)

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Apologuês

Imaginados: Outubros e tubarões  
naquele bastardo hebreu se querendo  à porta da cidade -
todo pompeu de facho ardente na mão -
quando nem ele  nem greenspan sacaram  a mulher
com um pedaço de pedra a quase vinte metros de altura____  e  vos afirmo, irmões,
 que  mesmo os fiscais do sarney ou um playboy presidente
do CSA de Alagoas treinando pra caçar marajás um dia
 não impediriam o tal  bastardo
de ter fudida a cabeça às mãos 
 duma Zefa  d'antanho porque meu lôro merda se faz
também se paga às vezes no modo mig-Trocentos____

certeza  assim  
Gadanhenta....

              



sábado, 21 de setembro de 2013

Mantra em Prelúdio, nº 2

....E   fôra  essênia esperança,
porque mais luto choro quebranto
nos finalmentes que nem depois
que as legiões subiram o planalto
pra ver zé-vivo Nenhum,
serpentinada de chuva Grossa....

credo. Desque foi Tempo nos barrancês
que pra mim qualquer renata
é a mais difícil do mundo.... ver  jaguari-Canhambora
onde pros outros cabras
banzúrio de terra-Roxa....

Erão mais luto em Massada, como citado____
no corpo a dança cabinda machucarânça 
demais adulta pelas janelas 
que muito já desviram Cor....

renquê de Carma assim  Biguá, cachorro ali da Cachambi
sarnento que , andando triste na rua
naqueles dias de chover dia-Todo
e ninguém-Nada aparece
pra dar um quê de comer.... igual
meu rumo, cambono-Só.




segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Visões de São Mármaro, nº 10

A sala era assim vazia
porque o mundo inteiro descambonando
nos braços dela
avenidas gritam pelas calçadas
que faltaram ao trabalho, um fuzuê
pr'essas pessoas  já muito recauchutadas
a clínica do dr. Moreau agora opera
com doze atendentes à espera da clientela
caída de paraquedas em cima da letra O___

no destaque este mês a mulher mais triste do mundo
e os elefantes do circo de Niterói  -
salvaram do incêndio um avô mais três netos não mereciam
ter menos fama que o cachorro  Pickles  -

Mas  nas calçadas dos ouvidos
 ninguém  dimana  jardins
e o tal avô salvo pelos elefantes em Niterói
era o maior clarinetista de Niterói

mas é tarde tarde bem tarde muito tarde
gritam as areias da orla cansadas
 de tanta estrela descainte em cima

são mesmo os eclipses que não seguram
o índice bovespa nos calçadões nas janelas
na silva freire que afinal é Méier bem antes do marechal
subir nas barbas do imperador
às cinco  em ponto da tarde____

que arde em febre de trompetes
e mais gangrenas de ofício:

Paris valia mesmo dez missas,
grita a lembrança que nem que nem
uma besta que nem uma  Coisa.

sábado, 14 de setembro de 2013

Cabinda(Soneto Inglês, nº 60. Pro meu amigo Marco Neves mandar p'ressa pessoa Ossanha que muito mal lhe causou. Inspirado em Mário de Andrade)

Enfim a gente né mais assim
amigo um do outro Não, como seu Mário
diria. Você  repleto dessas várzeas Gordas
onde nem pulsa um renque de Escada

nos cangerês mais Cabindas agora deu
pra não-contança de história ver mãe d'água
nos ribeirões que foram nossa amizade 
(você maré de lúnios cós-em-Trevura),

meu cambonês viu desande do quanto
Mor lhe avisei que o boicabraque  era
ferrugem Rente, você de empós não viu
mandinga que lhe Chamasse, agora é Fim

como seu Mário diria: você candongo
de mar, você candongo de rio....

Roncó(Soneto Inglês, nº 59)

Praça são Salvador. As namoradas
que nunca tive fazem biscoitos de
chumbo pra mode que eu degustrôncio
e nada dele Amarildo. A noite

é ver caporas capitães do mato
nas janelências outrora guapas de
Infância, sendo Outra repartição
que funcionava assim movida

pelo sopro do Hóspede: onde Emaús
nas Cinco Salas de todos. Mas hoje
um burburéu catifundo trombona
mãos de petróleo e trinta peças de

prata  jerê-Candonga por tudo em
Roda. Ninguém mais vendo Amarildo.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Alumbre(Soneto Anoréxico - Coisança Lúdica, nº 10)

Entraste
Cantaste
Nas salas
de Mim

Eu todo
Voltei-me
Qual flor
Girassol

Teu: 
Tens
meu

Co
ra
ção.

Home, sweet....

Lá em casa
não se racha lenha
não falta água
nem luz gasgás telefunto
(a net assim num se vírtua mas
mia que Só)

nem 
cavaquices luares
relês ibós e sertões nem

se rapepeia um simonte como era
desde o princípio

e como nele princípio___
onde era adão prelas éguas
cabritas vacas: lá em casa

adonde moro eu-Distroncho
mulher pra mim
num tem Não.

Crônica: Bento Ribeiro - RJ, setembro de 1953(Pra minha irmã Laura Pires)

Simbora  falar: Causo à mó ver
menina de treze anos tocando os
ainda não muito  seios  e na janela
um demônio soprando espelhos
nos olhos dela  depois
eu conto o bode que Deu

enquanto  os Três  pressentem a mulher madura
naqueles  olhos e neles quase  dois  seios  que
na mesma  rua  Jandiniro  Aparício também nos treze vai
buscar  na punheta  essa  menina o pensamento pensando
que a punheta é certo  ver  espinhas  na cara

Os  Três  prevendo também  -
quando ela  em frente  do espelho 
pensando os seios que talvez chegança
e a festa dos quinze anos  -

for  a bruaca  madura de rosto  sem jardinagem
num cemitério velório mais quatro filhos chorando o
Jandiniro obeso  que morreu  'nfartado.


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Serenade(À memória de Glenn Miller - escrito no Santo Scenarium, rua do Lavradio, centro - RJ, em 11/09/2013, ouvindo uma big band de bolso tocar "Moonlight Serenade")

Não fosse
teu som Lunário  entrando  à força nas Cinco Salas  -
como a  Folia no iridó das Geraes  -
em nesse bar onde me esqueço à vida

meu pranto era talvez coisenorme
muito mais cérbero que as três cabeças
já ladrerentes nos condôs
iriMim....

Viva  tu donde estejas, Glenn-Serenade
Miller dos anzóis pereira....

Cantiguê Tristirim

Vida.
Nas ondas que marejou
dez tantos, de cem
Saudades.
Corridos lúnio, solstício___
daronde o mar me Morria,
encôche
de trás-o-Tempo.

Nascido: Signo táureo, porém de sumo:
Potoca. O  Méier, isso  certeza, merece, e
já viu macheza
milhó.

Mulher em flor não vi não
no tempo de zé-Minino
enquanto que os outros zés
numericavamxibiusnosvestiáriosdasaulasdeeducaçãofísica
e  Mor mangavam de mim. Gastura gastura  Quanta (!),
itabirana  -  de Ferro ___

me vi chimango  de Nunca
desque mirim.

Dispois vivi (vivi?)
no igrejo roncó
batendo palma pra maluco
temendo o forno do inferno
enquanto apóstolos
' nfiavam dólar no cu.

Visti batina à Calvino
enquanto vida me rancava o couro,
relei nos trinta assim virgím, virgím

fulgêncio em Nada
dotô de Nada, pimpão
de nem  Pisurubas, merdúrio-mor
sim senhores 

vida bateu
Botocuda, brutanimária
daronde  NADA
' ssa  sonhêra  que insiste
pra chumbulência dispois, isso bem desque
faz Muito. Trocadejando,
ói resumo___

vida: Nas ondas
que marejou
dez tantos de cem Saudades. Fugidos
lúnio, solstício, encôche
de trás-o -Tempo.

ERA  onde o mar me Morria.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Ábaco(Versão soneto inglês, nº 58 - À memória de Mário de Sá-Carneiro)

Às vagas de um não conter-Me  -
imensas, fartas, tão... Diluviais  -
Avulta agora um lembrar de quanto pode
em seus arnês-Deserto a lua Negra,

e seus dragões  subsequentes...
Erguer-se  a brisa sem tugirem folhas...
pairar de abelhas  onde  NÃO  as  flores...
e tudo em roda a primavera  Jacinta___

como se o Ferro dessas  nuvens: assim
vivente desque  Mundo esse mundo  -
meus passos seguem xeréns desconformes
orixás descalçados de benguês, Monções___

pra trás  -  cores sóis, aguaçais, a Vida 
agora  -  sombras, noitidão  Infinda.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Agosto(ou Elegia Cragoatenta)


Trocentas, e mais saudades. Há muito um cós desandô
des-zabelê  juriti ver dentes maus
Suçuarana,  quê
viola  Quebrada, o quarto Roto
rés cabrocha mais  Nunca,
os japurás  dos espelhos
 Desconformência___

inás  Jacintas desque  boitempo
 mundo sem Passaredo....

morrentes  dez ' carnações
daronde  Agosto
erês  de Mim  nos Escuros....


Dodecaedro(Para a amiga Lucinha Ramos)

Poesia, coisa cotó
mal-Segura. 
Porém bucéfalos pégasos ômicles belerofontes,
albinelefantes. Transponderentes.

E sobretudo o sol, de miricores
Vestido. Sem nem ciência
nem trêta. Por isso há que se  escrever
inda que nu de docências,
e apesar delas.

É mesmo bestage grossa
a gente se amofinência
por causo dela Palavra? Seja.

Mas seja também, rapazes,
aquilo capitão Rodrigo
dizente ao velho  Amaral
"mas fico. Mas fico. Mas Fico".

Pra isso niente cabrália
nem valhamão catecismo
nem cagação padrenóstia de cambulhada livro de receitas
nem ripolices, achaques  -  nem mesmo os meus  -  ói só:
se comem  "uns", é boca-livre pra comerem cem,
mais cem mais cem mais cem mais cem 
Mil____

coisa cotó mal-Segura,
amofinência, falácia,
blá. Luta mais vã
lutar com palavras, ' ticetrital. Porém

bucéfalos pégasos belerofontes,
albinelefantes. Um nada, tá. Mas tarambéééém
 bota aí que cem  Tudos,
ver ao Quadrado.

sábado, 7 de setembro de 2013

Mulher de branco mostrando as costas(Inspirado na pintura "Mulher", de Eduardo Arguelles, exposta no bistrô da livraria Prefácio, Botafogo-RJ. Para a amiga Ana B.)

Azuis respiram sinos cochambrando Sempres
onde terraços nos ares,
nuvens chovem pra Cima.

Ela bulhó Legião, todos os sonhos
do Mundo. E girassóis,
azuis num súbito Encanto,
farfalhéus edifícios 
em caiporas
de sapatilhas pela névoa do quarto.

As costas sabem Universo
que se delira em escala
degraus acima enquanto anjos canhotos
desligam máquinas de asfalto.

Deixar que siga dançando
o  Sono,
lençóis de nuvens
carinhando o  quarto.

Evangelisium(Para o amigo Domingos Guimaraens)

Dispois das sete,
da Noite. No mei' caminho
era o Catonho chamando os vivos, os mortos
mostrando Escuro no mato,
postiguim de los Quintos.

Carros perturbam o sono das árvores 
levando ternos que vestem gente,
eram de carne quando Infância no mundo.
Dispois a   Noite, uns quizabruns
roncós de trombones 
empós as sete,

e o vento chamando um Tudo
de longidões onde não falam  Hospedês____
lusco menos  corró
cada verão que passa, as avenidas querentes
do que é meu corpo e meu sangue

no mei' caminho
onde  Catonho abocanhando elas flautas, 
mais risoléus da Virgem Santa e dos anjos 
(aquele gauche nunca mais  Irídio) 
no terreirão da Portela

dispois das sete, Jacinta____
a noite Adulta  engole os vivos, os mortos:
as omoplatas  de Pedra.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

sábado, 31 de agosto de 2013

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Mantra em Prelúdio

Era preciso um calhão  -
ou talvez dois quinze dez  -
que refizesse Esperanto 
adonde as flores:
Num tudão ver Jacinto
onde inda alcançam janelas 
e mais beirões do escalavrado esqueleto
que ora vou sacudindo num desbordó 

Perdidos: Renata o bonde a esperança
mais Karen Lucia Dulce Beatriz
mil telefones berrando
e aquele reserva de ponta esquerda
do Tremenbé de Asa Branca na aguardança dum Pífaro
que extingua a maravalha Carôça
que toda vem se espaventa onde era a flor
coisa sonho que  aprendi  brincando

Inês e mais de lilases
não vê  'sse candó mais pífio....
meus arremates de faca
mais  corpos na   Rio Branco às brumas,  décimo andar
dispois roncó bar do Ernesto
enxovalhando os jardins
agora um coiso-Arrupio 
dum fim de Mundo mais no inventário
por Tudo em volta....

Processionário

Escrito num madra angolano:

____ Forrobós acadêmicos num desandó
parindo agepês como um trator
citaburundo pisando a grama:
Não furdunçô manquitola ver peixe-Boi.

Demais já lá vão cento e mais trinta
desque Bilac em fatiota  Bronze
enquanto ao largo um maxixe,
cabo Machado marchando
mais descabido
Nunquinha....

Hoje manhã solarou. Mais tarde empós
solará. Mas foi tiquim só.
Triscou foi Não, o solarão. A praia
guardada em casa.
Choveu pra assim midubim
em vários pontos da cidade ____

Nada que ver gabardine, aliás
defunto há muito  nos armários closés
gavetões cabides 

Talvez se veja
se faz Ribalta no sérgio porto,
em dias úteis como reza a Lenda. ______

Isso tintim por tintim
escrito num madra angolano.

Soneto Anoréxico(Coisança Lúdica, nº 7 - Para o amigo Dorly Neto)

A
Tarde
Que
Arde

Mais
Guarde
O
Sol:

Den
tro em
Mim

Gi
ras
sol.

Tristúrio

Cidade noite Jacarepaguá .
Aqui center shopping
quase  Deserto.

Este  Moinho das Massas
a cara olhos cabelos
do Martinhão da Alcada
onde Fernão biritava,
eles Quatro.

Num repenguente Drummond
trespasse no espaço da cerca:

Junco popoca, junco popoca 
junco popoca.

E pensarando elas contas
a esperar calhamão
entre fumaça e neblina
de agosto, descatembrado
quase, setembro evém, talvez empó
calibrino. Talvez.

Aqui, entanto,
a noite um quê de Retrete
Fluminense, vai, me perde mais uma,
carnália solta em Goiânia
aqui sorriso: nem Tasco 
-  seu mano  -

Demaisdeentãodissotudo
me sinto um bó
descalhambro____ sem dança festa quizomba
um percutível  trançado
de inaruês galhentos pluriespinhudos
a me rancar da carranca
os zabelês, as metáforas
qualquer zabumba de mulher.
Candonga, aquela mais Braba____

Os lábios, secos Inúteis
o quarto: Nada,
Ninguém.

Paisagem Cânha, nº 5(Para o amigo André Pessôa)

A tarde. Num centro véio do Rio,
o ossário Todo
em frente ao prédio
dos hômi verde, portal de entrada
nos Quintos  - e muita gente
beijou Caronte lá dentro(num tempo
nem tão distante, que o digam
seu Rubens Paiva, e mais Cem).

Mais  adelante

uns roncós
do Estado-Corno  chanfalhando o povéu,
matando um monte de Amarildos nos morros_____
depois Verdade se azula, batendo a porta  -
Escandalizadíssima.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Poslúdio(Soneto Inglês, nº 57 - Para minha irmã Laura Pires, em seu aniversário)

Mundo, por tuas praças retintas passam mercês
vestidas em quarta-feira, seguindo um Luto
após a morte das flores. Desandam pontes
sobre céus já saturados pelos edifícios.

Segue apagada a lamparina do Encanto
nos anjos mortos desde o grande Crepúsculo
já tênue nos baroléus da Memória, onde
 repousa Emaús em velha estrada Emboaba.

Coelhos dançam num sânscrito o calabouço
de cinco taças, Caronte espreita detrás
de espelhos presos nos olhos, túneis mais Nunca
dando canções da Manhã, sem mares

intermináveis um Dia. Águias recolhem os homens
das horas Findas, a Virgem apaga as últimas árvores.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Soneto à mó de Cabum(Versão soneto inglês, nº 56)

Eu existo pra ver o Fim dessa baiúca que 
chamam de Mundo, quando as estrelas e a Virgem
chutarem os homens de seus pretensos altares,
de suas panóplias Descaralhadas:

Preciso ver Sarravulho nos furamburos
desses mulambos que se acham Coisa,
ver  Madalena Maria, que teve o Nome
jogado em fosso niceno,

as obras do Aleijadinho julgando todos
os homens, corais Imensos no céu
regidos por Jaime Ovalle, ver  riobaldos  jarins,
grandes pequenos indo pra UM de dois mundos____

de um lado as bodas do Hóspede, do outro
os Quizabruns dos infernos. Visto de ida, e CABUM !


Poema sobre os Muros do Século(Versão soneto inglês, nº 55)

E são carnésias, Espaços, estrada em que
folgadamente uns atabaques de Outubro
andam dez pássaros na direção
onde o Capão do Bispo destila escravos

que morrem Nunca, embora a Voz do Brasil
siga o discurso do rei contrário a toda
Memória, isso porque Paris valia mesmo
dez missas, e eram  "razões de Estado".

Geraldo Erê Viramundo olha o dragão nas areias
dela Ipanema onde andam ilhas do
doutor Moreau nas redes de futevôlei,
não vendo os fogos do Abismo, ali Rente.

Meu povo, que te fiz Eu, que te fiz Eu
meu povo meu povo, que te fiz Eu??
(Imagem:  Julie Heffernan)

Canção da Manhã

Entre certo  junho  e outro  setembro
mercadores chegam   à  porta  da cidade,
ao canto  do primeiro  pássaro.

Sol  desfaz do  Neguev
manto da neve dormida,
posso  lavar  meu rosto
enquanto  a governanta  prepara  o café,
mesma  água
Irá buscar  beija-flores  no  bosque  em frente,
concede-nos  Senhor  a paz de Simeão
entre  setembro  e entre  junho
e nossas  contas  a esperar  na sala.

Entre  certo  junho e outro  setembro
me sento  à mesa do café,
com duas espadas no bolso. Recordo os filhos do trovão,
sorriem apenas meus olhos:
em Londres neste  momento
o parlamento  estuda sanções
contra  africanos e árabes, imigrantes  presos
por terem  fome e sede de Justiça.

Rogai  por  nós  Virgem Santa
rogai  por  nós  Pecadores
pois  consumimos  petróleo  em nossas mesas de almoço
e  danificamos  o azeite  e o vinho,  chamando  Nosso
todo  o inventário  do Demônio,
e há quinze  instantes morremos
pela  palavra e por  água.

Deus  disse: São estes ossos  caídos
que  hão de vir  pelas esquinas  do  Eufrates?
Então  retornaram  os  Ventos
para dentro  do profeta
que terminou  seu café.

Num certo  junho,
noutro  setembro.
( Iris, de Vincent Van Gogh. Foi pintado apenas um ano antes de sua morte, em 1890)

domingo, 18 de agosto de 2013

Soneto Inglês, nº 54(Pro meu irmão Allan Souza)

Manhã domingo haaaja Cedo
na sumidão do relógio que
nem dez horas Avisa. Leseira boa___
ela Chuva pelas janelas, lá fora

desce os braços das  árvores,
entrando na gente pelos ouvidos
sem dá-Licença. Pra completança
de-Arruda ali perto  um sabiá

Cantarola, lavando num momentó meus velórios
junto do agueiro, e num repente delírio
brincando Encanto nos sulcos marcas
do rosto onde ela vida Bateu.

Gente assim num secundório Tanto
um girassol do tamanhão do Mundo.

sábado, 17 de agosto de 2013

Cantiguinha(Versão soneto inglês, nº 53)

Queria do mar as ondas de traz-Infância:
Aquelas que sopram veludo
sobre teus pés, dos ventos um cicio em Flauta
a te encantar de carícias.

Queria a verve em laranja
dos sabiás cantadores
pra te acordar quando as manhãs
subissem o alto de teus olhos escuros

e então sorrisses... queria  as chuvas também
que choram Vida sobre  os terraços
do Encanto, onde Morena governas
meu poemário, e te diria outra vez:

Que andei mil léguas de Mundo pra me perder
ao te Encontrar nesta  vida...

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Manhã(Versão soneto inglês, nº 52)

Tons de rubro descem a copa das árvores,
alguém sopra as últimas estrelas:
Manhã se veste de azul, 
primeiros pássaros: Oboés.

No céu por cima da gente
poucas nuvens andam de bicicleta,
trombones hoje de folga. Girassóis
retomam a dança interrompida.

Um último anjo noturno
recolhe as asas, boceja: Vento responde
nas folhas, a linha do horizonte
abraça a vida que inda não Sabes.

Olho teu corpo dormindo, sorrio:
Tempo de semear pianos pelos jardins.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Paisagem Cânha, nº 4

Manhã seis horas Jacarepaguá.
Na geremário óia o sino do Zaccaria
chamando quirieleissão.
Gente prepara o rush
junto do pão, do café. Dia mais um____

Suçuarana que nem
minino entrás de pipa voada.
Pelos varais das retinas
jagunçam braços homões
num aboio a Vida
em carreirão desembêsto
coisa fabungo trem.

Só lá
pras cinco da tarde Luxeio____
se pensa a morte da bezerra.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Visões de São Mármaro, nº 9(Em memória das vítimas da queda do ônibus em Itaguaí-RJ)

Onde Itabira(era)mais  dentro
gente agora azumba um gosto Jacinto
'margarência de ver cucuia
em vez dos filhos do amarelo e azul
nas portas casas da gente____

Um ônibus destrambelhando no espaço
(no calendário já são dois agora....)
sou eu morrendo junto do povo  -
meus limoeiros, Irmões  -

Inté mais quando esse estrupício de Estrepe
nos olhos gastos de ver tragédia
assim que o breu mete o pé????

Também já gasto esse gostão Jacinto
onde era ferro nas pernas da gente____

Morena flor que já fulgiu no asfalto
pra grande espanto do Carlos
fugiu, mais sete pés de fulô:

Pra baixo e Muito
de sete palmos  de chão.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Poema em cós, rés - de Nínive(Para minha irmã Débora Nascimento)

Profetão na andarança
pelas falésias das ruas. Rio cidade
de são Tião. Pés calçados
em Nada. Ele inteiro  Mistura
de São Raul com Geraldão Viramundo.

As pedras, deambulentes,
abrem passagem  - "rua é sua meu chapa
bora  Fudência
pra riba deles."

Pés, repito, cansados
dum mundo cão latindo advérbios
enquanto a morte
palita os dentes nas upas.

Profetão corre a cidade  Toda
olha hospitais escolas postos de saúde 
e as obras monstras da copa____
desespera num choro
ao ver nos zumbas mandantes  -
da prefeitura ao Planalto  -
olhos da Besta que subiu do Abismo.

Pés calçados em Nada
pára na frente dum tal palácio nas Laranjeiras
onde ele Sabe  -  um dos belzéus  chafurdeia  -
e berra, em  voz-Multidão
mensagem que os Três mandaram:

____ Quede Amarildo seus  putos!!!!
Você, cabral dos açúcris
e dos maracas  de nem-zé-Povo

vai chover fogo do céu
direto no mei' do teu cu seu puto
esfinges cuspindo piche
vão mastigar os teus bagos, os teus
e mais da tua camarilha
que anda matando o povoléu mais tudo

Beleléus 'tão chegando,
que teu lugar nas Cucuias
tá reservado e cativo

Num vai ter reza nem carpideiras
te chorando o lombo____
que enfim não vale um tasco
de bosta seca!!


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Candelária Vinte(Três milhões de pessoas no centro do Rio em 20/06/2013. Eu estava lá)

Zé-Povo destabocando
é mais bunito que jaqueline sepulta ,
e mais que todos os anjos____


é coisa assim de mais Guapa, guantanamera

a cara  Agora  transformada em fúria:
E já foi perna de cobra,
foi defunto e joelho
e tocou bronha pra mimar bandido
em ternos caros, togados____

Agora   cais, Despertança
vicência Adulta nos zóiaço duro


e foi, dum jeito  Macumba
impor bagunça no arraial  Planalto,
onde os podentes dezamarvalhados
sentiram  Lenho no couro
e se trancaram de cu na mão____

desbarrancados dela empáfia  Maldita
enquanto o Povo nas ruas:

Fazendo história sem pedir conselho
atrás aqui, neste  instante

desse penhor da Igualdade que, quae sera Tamen
saberemos  conquistar,
com braço  Forte.



Estudo à mó de Improviso, nº 2

Na rua cachambi com certeza
blaise cendrars nenhum necessitava dois braços
pra tomar chope comigo
no regabofe onde aprendi a marulhar
Canhoto - pra desespero dos bispos
ali guampados na avenida próxima____

Não querem que grite  ao povo
a grana que eles  ' marfanham
no olobório do cu...





Paisagem Cânha, nº 3

Depois das cinco
andei relógios aos trombões
de aeroportos sem rosto de Céu____

No altar dos pássaros
ninguém lembrara adalgisas,
homens jogavam  andaimes na guanabara,
ausentes oxum-marés
que descalçassem  Cansura
depois do sol em queda
pelo ibovespa

Corrós de um tango
empós o grito da sala
que incendiaram usando trapos 
de velhos  fla x flus
e contracheques  das praças:

josés de  Fora - evidente -
junto aos demais centavos,
quicés sem  corte e sem juba.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Cantiguinha, nº 2

Um dia as flores bastaram
e da porta dos olhos pra fora
Mundo era o quintal de casa.

Sou do tempo das casas____
andava que nem passarim
que não conhece gaiola: Pousava

onde me dava o Momento
o pensamento amarrado
no vendaval que Eram meus tons de Criança.

domingo, 9 de junho de 2013

Paisagem Cânha, nº 2(Ao meu irmão André Ben Noah))

Retrós de erês-Guaracibas,
isso embolô
dos noves-Fora a dar com a vida
na areia____

Em sete léguas  Taludas
a flor de Inás desviu  curvelo,
Esperança, depois  de ossanhas
e mais  caudilhos felícios
nos pulpítórios e bolsos
arrepitindo  Trevura
e mais  roubós   Desxangôs,
inda espantéu
pra  alguns____

Inda espantéu  no céu da pátria
e neste  Instante.

domingo, 2 de junho de 2013

Paisagem Cânha, nº 1(Para o amigo Pedro Rocha)


Des-aniceto____o que é? Amalga márama
das onze da noite, Jaçanã  -
Trem de novo
se pariceira vem depois

a Manhã...

Direis ouvir  Cores  mil

no breu Subúrbio das tocas?
A flor do lácio  não-culta
é toda eflúvios do bardo 
saltando  ebós-Desenredo...

No engenho à mó

maniçoba,
engulhêra: Quarto de tango
e o resto
rumo dos  Quintos,
deixada Fora
toda esperança aos entrantes...

De então se ouvir nos altares:

irmãos Ramil  prum mundo canho
urumbevam____

Porto Alegre,

Tchau.


terça-feira, 28 de maio de 2013

Bosque Antigo(Soneto Inglês, nº 51)

No bosque antigo o mês setembro
por Tudo . Noite alta já.
Três mulheres de pedra
vigiam - lhe os passos.

O ar como que enchido
em grandes poços  cabindas,
no céu por sobre a planície
ela Senhora, a lua negra.

As três mulheres de pedra
dançam a Roda, gargalham em seis idiomas
grandes árias  do  Êxtase. Primavera aparece
montando coches de bronze____

são vagalhões da  Memória
sobre a largura da  Terra.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Visões de São Mármaro, nº 0 - (Versão soneto inglês, nº 50)

Por onde livros não falam
das guilhotinas da Noite
andam meus gês Parecis____
cruz nos olhos  Embora.

Passam cavalos de bronze
levam nos dorsos
virgens brancas de Europa
sobre as estátuas de Pedra.

Vão nuvens grossas, vermelhas
sobre as esteiras de Hagar
no mar de Ilhéus onde
os começos de Tudo____

um sopro banto do Hóspede
antes do último  Pássaro.

Outonos(Versão soneto inglês, nº 49)

O coração numeroso anda em Silêncio.
Procuro um rosto____
a luz que Oscila
anda sem olhos a cidade inteira.

E se acabaram os homens,
já não cabe discutir  as flores.
Procuro um rosto____
e dos espelhos  vejo terraços

sobre oceanos desertos, a tempestade
move as entranhas dum Mar
onde são galeões digeridos
tudo que Resta, e não sou mais

nem  Isto____ visto os Outonos,
desenredos me  Existem.

domingo, 26 de maio de 2013

Soneto Inglês, nº 48(Ao meu irmão Phelipe Chiarelli)

Desfilismina a cantiga desse povo todo
aboitatado e fudido enquanto a bossa em Brasília
é tão finória em roubalheira mais
Crassa: Fregue ancora em noitescência

maiúscula  enquanto nos cultos dom feliciano
pede os cartões e aleluias de cambulhada
buzinando a massa, mais delúbios de troco
amarfanhados onde o cu faz bico.

Pós depois se descobre que a festança é Cara
pra demais da conta e paga o pato o salário
desmilinguido arrombado dos zé-brasis
que Nós somos - escangalhança pra  Metro____

A história entrando no pinto, saindo
no pé do pato: Mas(Merda!) é tudo Verdade.

Soneto Inglês, nº 47

Como engomar Vila Sézamo
com tinta acrílica murcha
é meu bozó desquebranto
manzanzando fuga dessas

gatas biônicas, que mascam fumo
com os pés e reformatam Darwin
pra me bater. Inúteis nos teleféreos
serafins cantando as armas e o

varão no esbregue a toque banto
de caixa; edifícios fogem levantando
as saias e mijando cromo no Rebouças
calombado em Sépia, empós as cores

Defuntas: Em Brasília  dezenove horas
e o senadão marfundado na Bosta.

sábado, 25 de maio de 2013

Boi Morto(Soneto Inglês, nº 46)

Meu lado esquerdo  anda  Espaço,
Issá  clareira  onde folgadamente
esse terceiro dia. Porém boi morto ele-Deus,
e jaqueline sepulta é mais bonita

que os anjos. Pelas encostas
desvestimento:  Altares, velas ofícios
porque mais homens mastigando espingardas,
já não direi Passarinho.

Da nuvem grossa de raios um minotauro
sobre os cabelos das árvores, mais boi
todo Espantosamente. O resto: Nada,
maus grolós  na Cidade do Samba.

Meu lado esquerdo era espaço,
não tem mais Onde esse terceiro dia.

Soneto Inglês, nº 45(Corrós do Êxtase)

Atrás em meu pensamento um Saltério,
semeador das Esferas, também chamado
Triúno, trânsito arquitetura da gênese
onde os cantares, nebulosas de Fogo.

Zabelês baticuns desfraldam cores bandeiras,
altares de voz em Sangue  e caravelas
Serpentes, penduro praças de Maio
em varais  onde andarão mães de bronze

imaginando Nuvens: Costuram  filhos
nas mãos gigantes  e  esperam   jardins
de pedra , usando  escadas de incêndio
pra desembarque em certidão  Caicó____

Eu sigo escrevendo chuvas
até plantar  o meio-dia.


sexta-feira, 24 de maio de 2013

Igrejinha(Igreja da Penha, zona norte da cidade - Para o Ricardo Chacal, no seu aniversário)

De princípio  um morrote,
pelado  de Tudo. Embaixo  à volta
cabeleira das árvores.

Também pelado  eram os cabró  moreno
de 'rabaldeio, posseiros
de Longe tempo.

Mas  lés depois  deu na praia
uns cabró  branco nuns pirongo enorme -
e vieram de longe, muito depois
do raio que os parta.

Jantaro cocharo mataro
os hômi cabró moreno
inté que nem cheiro teve
pra mó de Sobra

Dispois mandaro de lá
de lá de embós de Aruanda
uns cabró preto
pra malhá cana e tabaco
e tomá fumo no lenho....

Pois esses subiro  o morrote
descabelaro umas arve
dispois  pusero de pé
à custa  de renque  e sangue
um casarão bem bunito, e vai,
chamaro  Nossa Senhora
pra morá  Nela____

Pois só por eles, por EEEEELES -
e pelos cabró moreno -
que Ela tá lá, 'té  hoje.


Soneto Inglês, nº 44

Ouvir a sinfonia secreta
cantada por anjos 
contando  histórias da  Terra:
Portões antigos do Encanto.

Memória apara num cântaro
os livros de todo um Tempo
contendo estrelas e deuses,
demônios dormindo à sombra.

No mundo___ homens Renascem,
abraçam os peixes, as nuvens
partilham novas Infâncias
após o sétimo  Naufrágio.

O sopro dos Três Primeiros
de-Novo por   sobre as águas.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Soneto Inglês, nº 43

A claridade sobe as escadas
pra mais um dia. Faróis apagam
no céu, enquanto um samba candeia
em tamborins Sabiás.

Mas ruas vomitam homens vestindo
ternos de chumbo, os olhos cheios
de helicópteros de sete rostos
brandindo frases que não cambonam

Palavra, nem mais pampulham  jardins
nas cinco salas de todos,
agora que pedra é pão nas bocarras
tão decotadas de suas  Infâncias.

A claridade sobe as escadas pra
mais um dia. E bicho-homem  Desvê.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Visões de São Mármaro, nº 8(Para o amigo Pedro Rios Leão, guerreiro Bão)

Há muito o Mário fez "FÚ!"
no cu do burguês-Burguês:
Escandalência  pra Metro____

Mas pátria amada inda muge
com as mil cintilações do êxito  intacto
das camarilhas mandantes
sem "troppo dolce"  de flauta....

O fiofó do burguês
prossegue  no murunró
de escorche à piazada  pobre____
enquanto rosna de anglícias
e teatrálias  goiabas....

- Pra boi dormente, Entendido....

Por isso o "FÚ!" do seu Mário -
que andava  à mó  de neblina -
Precisa  entradas bandeiras
e mais  Portelas  avenida  Adentro
num turumbamba de arrostício  "hospíço"____

Pra ver se acorda  a  mutumba
dum povoléu  deitado  à luz do céu  profundo.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Coisa, nº 2(em modo estúdico)


Na frincha
a prancha de Aquilo:
Zorra imensa da fresta(!)
testa na porta
um dobre: Tango, Martelo.








domingo, 28 de abril de 2013

Quadrinha, nº 2(Sobre os delúbios de sempre....)

Inté mais onde se saiba
este povó brasileiro -  quizomba, Teima
mais  dança:

Esteja a joça mais Quanta
o céu de ebós bronzes ferro
carcarema mardita
dos hômis-Coisa  -  governo -

povó se verga e num quebra
se destaboca teimante
quanto maior for a Coça

e não se escuta - nem longe -
mutum de esfôlo, estabaco____

Quizomba, teima
mais Dança:

Imaginência o furdunço
se nesses tais 500 anos
houvesse nos mandalhões
nos rapinildos Podentes :
Justiça , amor , Vergonhice_____

tudo que sempre NUNQUINHA
em nossas terras palmeiras ....




sábado, 20 de abril de 2013

Marulhinim

Inscrito  numa gota de oceano:

' calanto
das engenhórias
Descalibrinas____
céu pelintra
dispois dos homens
sem Asas,
quando avenidas
despencam pelos ouvidos,
e os crematórios
parem rosas de fogo, roncós marés
marulhinim  plenilúnio:

Não mais inscritas nos pulsos
as insistências  da aurora,
noite desaba em  vagas
seus bumerangues, e tudo um
rouco  rondó
pelintra e barbaramente____

Daronde chovem jardins
suspensos, Longes
ipês e pães, paruís

____inscritos numa gota de oceano.

Rodapé

Deu na  Voz do Brasil
diretamente do gabinete
da presidência da república,
despacho das 15 horas,
sobre questões miriurgentes
e de "máximo interesse nacional":

"___Tesoura pedra papel
mais jabulências de anglícia,
e carnavália
até centésima ordem."

E meus tambores
cambonam soltos
os adjetivos:

___Os de maior profundura.

Estudo Urunró

Peraus fundós
gemebundos____
desfurdunçós Cururus

Sem fé nem valium
de Côbro,
Sofrência os últimos sóis:

___manhãs  de Noite  vestidas.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Aruã

Nos guaribuns de São Paulo
os pássaros  Fora. Desde faz-Muito
no calamar  ingranzéu
das vestes rotas do Tempo.

Homens mortos prosseguem____
seus ternos de pedra, guarda-chuvas
de asfalto, parindo filhos sem asas
prum mundo cão, de Roncôlho.

Uns anjos púrpura
me dançam nas janelências
farfaréu do Tinhoso, ebós manducos
de ter conserto
mais  Nunca.


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Mungunzunzá

Mungunzunzá de caroço
vida besta 'retada
cada anerão que passa. Por isso
mais calibrina, senão quem  'guente
 num Tem.

Nos andorôs da cidade
tem malho em judas
mais Não.

Nem precisava: Quer ver mais onde se arranja
uns subistecos de marca?

Xisnóvo a frincha , seu moço:

Recentemente matada
Aldeia Maracanã. Sem choro vela.
Nem NADA.

Sabadário(Para minha irmã Laura Pires)

Rio. Novesdanoitesábado.
Hoje eram judas nos postes
no tempo do barão da Taquara. Foram.
Hoje
é Lourenço Jorge,
emergência_____
viola quebrada
às pencas.

Malabaril dos candangos
descamisados morrentes surfando a vida,
como a deixa
o cramulha:

Pão 'massado fudido
por ele mêrmo com o rabo_____

Os judas hoje
nós Semo.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Mirínimo

Anjos de clarineta, molhados,
sobre tetos Verdes: Sabiás cumprimentam o dia,
embora o céu
dum cinza que dá na gente
gosto de mármore. Noite choveu miúdo
pelas gavetas dos olhos.
Por isso um cheiro de terra
na casa Toda.

Um...  sopro de voz, agouro
tez-candonguice Malunga, à mão
todos os Eus
concordam:

Faz  falta, um braço de sol.
Nem tanto.

terça-feira, 19 de março de 2013

Estudo, à mó de Cabum

Eu existo pra ver o Fim
dessa baiúca que chamam de mundo,
quando as leis da física e a Virgem Branca
vomitarem os homens 
de seus altares de Barro, e as três marias no céu
fugirem com as outras estrelas pra bem  Depois
das botas do Iscariotes.

Preciso muito essa queima de Fogos
piramidal, multivérsica____
preciso ver Madalena
recuperar seu Nome
jogado em fosso niceno, as obras do Aleijadinho
julgarem vivos e mortos 
com Geraldão Viramundo
e outros doidos ilustres, o canto de corais Imensos
regido por Jaime Ovalle

E todos  grandes pequenos
julgados pelos seus atos
depois então Divididos____

De um lado as Bodas do Hóspede,
do outro o beleléu dos Quintos,
só tendo visto de Ida.



Estudo à mó de Improviso(Ao meu irmão André Ben Noah)

Sobre a cabeça uns aurões
de violeta  Assassina.
Sob os sopés  caveirões,
presuntos negros(no Mais...)
que dão nas latas da gente
os pasquinins de amanhã,
junto do pão, do café: Mortalha
 em roupa-Rotina.

Gardel manduca de Cima
uns cordelões a capricho,
o tango no Vaticano
foi samba de nêgo doido____

os futuramas  jacintos
dirão saber patavina
dos cabrobós que as nuvens gordas
Trombonam:

Trali-la-lá da menina -
magriça, Graça -
ladeira acima andarando____

lembrura em cáqui, Losango.



segunda-feira, 18 de março de 2013

Auto, de um pássaro Curto

Manhã. Cedo. Acordo dum quase
sono de Poço, choveu miúdo
 madrugada inteira, posso
mais algum tempo, ficarei
deitado. 

Na rede social me espera
o fora de mais uma moça, 
não será o último.

Talvez me levantando inda estarei 
de-Noite, isso não sei. Sei
que  esse  cheirume de terra aguada
comigo o resto do dia, bandó-Consolo
inda bem.

Meu quarto, todo mais Só
mas tem janela pra serra, a grajaú
com seus cavalos de ferro, uns três de carne
comendo o morro mais rente.

Guaçú de Só, eu disse
cada verão que passa
meus lábios murchos de Ontem,
pareço do Mário
o rapaz morto na sala, agora
que eu também
me bulo mais Não.







domingo, 17 de março de 2013

Imagem

A casa velha. Porta
 de dar em doido.
Zoio que pede 'cença , 
 'rastança  após:
Os braços cara  bigode
pra trás cem anos.

Um quadro que tuge muge
da parede em frente: Vambora  de corpo Todo
jangada no mar Adentro....

O resto, empós.
E acabou-se.


quarta-feira, 13 de março de 2013

De-Noite(Pros amigos Fabiano e Manoela Kieling)

A mó que  faca mais cega
o descatembre das carnes
quando  é de-Noite  na gente:
Então não mais giramundos
sonhando igrejas Imensas
nos sotéus de Minas, os  zóio gasto
de timbós-Chorare
e nunca mais catavento
que lembre flor no jardim____

Quando é de-Noite na gente
num tem  mandinga nem Reza
que chegue prum cafezim, noitêra
 Crassa, crakuda
de maus sacis e caaporas
mangando à perna onde antanho
era   xodó curimã
e borandás de quizomba....

Fui ver Rosália morena
na feira de  Itaperá
gastei xeréns e quebrantos
pra ela me namorá

mas cheguei tarde pra Muito___
banzava cravo canela
 roupa lavada e Quentuço
pra seu dotô delegado....

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 

Um descatembre nas carnes
roncó de faca mais Cega,
ai que é de-Noite na gente....










sábado, 9 de março de 2013

Acontecência

Serão seis horas da tarde,
eu vim pro mundo no Méier: Girão mais léu
quixadá, tanta perna de bonde
adormecida sob a vinte e quatro de maio.

Ficaram rastros de Minas
nos olhos do avô tropeiro, há muito um quadro
na parede humilde. 

Os abricós baticuns
chegaram junto das brejas
e o butiquim foi no quintal de casa
maracangalha, Portela, ninguém não vendo suas vidas
um dia mais Curtas  e os aguaçais militares
ainda com dedo Torto
pintando ebós e o diabo____

que, então seis horas da tarde
eu vim pro mundo no Méier, a  mãe mais Linda sorrindo,
 todo mundo sabendo: Ainda sóis nasceriam
com flores  azuis no céu.



Elegíada(Pro amigo Daniel Ribas)

Porque me vi  Labirinto
findaram cores, Infâncias.
Entre dois goles de asfalto marulham
Nãos, as mãos adultas da grande insônia -
ela a Morte -
a desenhar catimbreus dos corvos-anjos
do abismo, e como a tantos
me chamaram Homem, quando o horizonte a galope
correu com meus cererês
e me vi nu vestindo ternos de bronze____

Tentei trombones e sóis
num grito:

Mas só me ouviram as palavras.





               


sexta-feira, 8 de março de 2013

Chile, Setembro, 73.

As sombras  da cordilheira
escondem do mundo
aquela terra em setembro. E o tempo
não mais andou, despido de pernas.
Foi lá: Calaram as mãos e a voz

de Victor Jara, de muitos outros,
 pais avós mães irmãs

São mortos que morrem Nunca____
igual os negros do Capão do Bispo
no Cachambi, no Inhaúma
no jongo-Ilê da Serrinha....

em toda a terra Brasília.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Resumo em flor: Marmarina

Violas nos bolsos: Muito, e o mundo
janela Aberta dormindo
à  pedra,
fechado a bem sete chaves
no mais fundó 
Coração____

Amigo/Amiga  amarância
furdunço em flor:  Marmarina
girandolando 
 vida sempre de Sêmpreres.

Soneto Inglês, n.º 41

A noite: Parangolés catimbreus
nos zabelês da cidade adormecida
faz Pouco. Vão casebrins e palácios
com gente morrendo a prazo.

Céu por cima: De chumbo mesmo
nos solarões. As nuvens  -  pandas enormes,
escondem tubas, trombones,
cabos machado atravessando

o maxixe, enquanto mais multidões
tropeçam dos edifícios em bicicletas
atômicas, espelhos  pãs  catedrais
no sono-Errante  do poeta mágico.

Parangolés natingudos pela cidade
dormindo a vida morrente.












quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Estudo em forma de Sono, nº 3(Para Emanuela Helena)

Sânscrito de tez Antiga
na mão lambaia: Bahia mesmo dos santos
e das jangadas que o vento  
 mananciais de meus olhos_____
horizontares 
onde andaranças mais Vóaras,
infinitências
de passarim Desembêsto....

e  mãos-Vertigens  das cores  num furdunçó
mandando os "ismos"   dos homens
pra aquela parte(nos quintos)
junto do átomo e de Manhattan
e dos barris de petróleo

Depois então pode ser
trovejem  flores de-Novo 
e os homens voem junto dos oboés
como era desde o Princípio.






 




sábado, 23 de fevereiro de 2013

Visões de São Mármaro, nº 7(Para Marina Stela)

Muito depois do jongo-Infância do mundo
se viu o tigre, Cristo, toré de Síntese nos lábios-Homens
brotando pela campina  junto  daquela manhã 
depois das bombas de agosto, onde as crianças e os peixes
corriam pra morte em rés de fogo e nudez_____

um coro de anjos no espaço 
 gritando braços-Trovões  junto dos urubus,
 as cores  Ontem  quando Pandora abriu cem caixas
no centro mesmo de Pripyat,  pangéias jardas enormes
em precipícios  cantados antes por  Conselheiro o profeta

que viu na serra do mar o sangue dos mártires da CSN
gritando fogo e vingança, na dança última
dos calendários redondos como os sorrisos em Tânger
nos primeiros Sóis.... 

E foi então que o mundo terminou de subir
levando isaques e mais a lenha para os ofícios
do Cáucaso,  homens-Pedra
num mal  disfarce de carne, justo no instante  da morte
rente dos corpos e já Senhora dos corações que,
entre ruínas e areias, entre urutus e gravetos,
entre mandingas e cobras, onde candongas marchavam
cantando a Breca do mundo

surgiu o tigre, também menino e divino
chamado o Cristo das gentes, desfez-se o ebó Catingudo,
 todo o mar é Manhã  de mais erês e Furdunços


pra quem tem olhos e Enxerga,  quem tem ouvidos
e Escuta, como ele Cícero o padre
dizia ao povo desde os  longes do Crato.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Bonsucesso

Rua Cardoso de Morais à noite
de empós São Pedro alagança
em Bonsucesso,  por Tudo em volta. O monumento
dos heróis da Itália:
Uns pebolins de banhado.

Janeiro quinze  muitos séculos depois
daquela última vez em que andaram meus pés nessa rua
quando eu ainda tinha mãe,
e os trens da leopoldina cantavam_____

Depois foi ver  Vendaval

varrendo risos  quizombas  das Cinco Salas,
e mais depois nunca mais

 Nunca mais nas retinas
essa  cantiga  de Mãe....

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Na Lapa

Na Lapa, empós(bem)das quatro,
a madrugada assim:
Gosto de nada nos lábios secos 
partindo virgens pra casa, a  vida-Assombro
nos olhos fartos de Ontem, aquilo
de passarim preto no capim danado,
fantasmas de Piraí no trem de ferro Defunto
 inda pensando uns  Kembas
de ebós-Purús  nas esquinas:

A gengivada segue como pode
mastigando a vida, esse gengibre amargo
que nem boi morto corredeira abaixo.

Quintal(Para o Fernando Portugal, também amante das coisas Simples)

O meu pé de guariroba-Anã madureceu
guapíssimo, botando flô pra todo lado 
que só vendo: E  fez  inveja até no bacuri-Trançado
(a glória de Itaoquinha da Serra, presente
de um tio cantador)______

de tarde é "assim" de marimbondo-enxú
dançando em roda que nem
quadrilha da roça.... 



quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Cinzalha

Manhãnça de quarta
e  feira é Tudo cinzalha
após  depois  povoléu
brincabrincando de Momo

e o resto, o que der o Cão
nos furdunçós parindo crimes xeréns,
 mais de ebós Descatembres
e outras mortalhas fedencendo defunto
agora pode Chegança
nas Cinco Salas______

Que todo mundo esbaldado
após depois  Nevoança
que se chamou carnaval....






 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Cambaiô

E a vida, serpente e pássara
num pressuró  Cambaiô  que se  desdobra 
atravessando cenáculos
na mesma areia que viu jangada vazia,
o mar quebrando sem Bento, Chico, 
Ferreira, e era  de-Nova
manhã....

Meus olhos: Cambuquirando inocências
com rosto de contrabando, demais Irãs
imaginando  outubros, mas nada então
girassol, sem mungunzá de chegança
pra fabianos, sertões_____

Sobrante um torto de Riso
no bolso:  na barranceira ela chuva
chamou de manso,  e os pés de ingá
que inda cheirando mais  flô....
Dormezim.




 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Editório

Século vinte em Meandros.
A sala de antiga espanha
assiste à morte do  infante:
Casmurro um príncipe   Sobra
pra não-Contança,
e nada a ver  com o cardume
o banco santander  nos anerões, que, Futuros:

Latinoamérica
de espoliódromo______
desde Pizarro  a Delfim
até os anais desse  liberalismo
maquiavelho  e libérrimo,
e bem pra nossa  Trombância:

___ Descalibrino  e Bangu.